Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os ministros Antonio Patriota, das Relações Exteriores, e Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, discutem hoje (14) em Genebra, na Suíça, temas como câmbio e medidas antiprotecionistas. À tarde, as autoridades brasileiras vão se reunir com os ministros dos outros países que compõem o Brics (grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul).
O tema guerra cambial será levado à reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), que ocorre a partir de amanhã (15). O governo brasileiro defende a discussão do câmbio, visto que a variação da moeda prejudica a competitividade das exportações. O assunto entra formalmente na pauta da OMC no primeiro trimestre do próximo ano. A inclusão é um pedido do Itamaraty. Os Estados Unidos e a China não quiseram fazer menção ao tema.
A valorização excessiva do real prejudica as contas externas brasileiras, pois causa impacto negativo nas exportações. Com a moeda nacional valorizada em excesso, o Brasil tem dificuldade de vender seus produtos para outros países.
O Brasil também é contra a proposta dos países ricos, que querem impedir a elevação de tarifas de importação e o congelamento de impostos nas alfândegas. Além do governo brasileiro, outros países emergentes defendem o direito de elevar impostos até as taxas autorizadas, sempre que sentirem que a medida é necessária, como no atual cenário de crise econômica internacional.
Com o agravamento da crise, grandes potências começaram a perder mercado. Os países emergentes se tornaram atrativos, visto que não tiveram sua economia estagnada. A proibição de impostos de importação seria uma garantia para os países ricos de continuar tendo acesso a esses mercados crescentes.
Edição: Graça Adjuto