Indústria paulista empregou quase 40 mil pessoas com deficiência em 2010

23/11/2011 - 16h29

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A indústria do estado de São Paulo empregou quase 40 mil pessoas com deficiência física em 2010, mais do que em 2009, quando esse número ficou pouco acima de 35 mil. O setor é o segundo maior empregador de pessoas com deficiência no estado, atrás apenas do setor de serviços e administração pública.
Os dados estão no relatório O Cenário do Emprego da Pessoa com Deficiência no Estado de São Paulo, feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), divulgado hoje (23) na 5ª Mostra Fiesp de Responsabilidade Socioambiental.

Segundo o relatório, o estado de São Paulo tinha 12,8 milhões de empregos formais em 2010, dos quais 100,3 mil ocupados por deficientes. “Apesar de termos hoje mais de 100 mil pessoas empregadas, temos muito ainda o que fazer para que esse número aumente e para que essas pessoas sejam realmente incluídas nas empresas de uma forma mais digna. Não são só ações da iniciativa privada, precisamos unir esforços com o Poder Público, a sociedade civil e pessoas com deficiência para que tenhamos uma melhoria na qualidade e quantidade da inclusão”.

O objetivo do relatório é demonstrar o cenário atual do emprego para as pessoas com deficiência no setor industrial paulista. Segundo a coordenadora da pesquisa, Cristiane Gouveia, com os dados, a entidade pretende auxiliar tanto na melhor formação das habilidades das pessoas com deficiência quanto no cumprimento da lei de cotas para deficientes na indústria como um todo.

Segundo o estudo, o número de pessoas com deficiência no mercado de trabalho com ensino superior completo aumentou em 2008 para 18 mil. Em 2009, houve uma queda esse  16 mil e em 2008 ficou abaixo de 16 mil. Aqueles que apresentaram ensino fundamental completo foram menos de 10 mil, em 2010 e 2009. e 10 mil, em 2008.

Entre os setores da indústria, os que mais contratam mão de obra com deficiência física foram veículos automotores, com 18,3% da representatividade no estado, alimentos e bebidas (11,5%), construção civil (6,7%), borracha e plástico (6,2%), produtos químicos (5,6%) e máquinas e equipamentos (4,8%).
As pessoas com deficiência ocupam, principalmente, funções como alimentadores de linhas de produção (11,3%), agentes, assistentes e auxiliares administrativos (9,3%), preparadores e operadores de máquinas-ferramenta convencionais (5,3%), almoxarifes e armazenistas (3,2%), operadores de máquinas a vapor e utilidades (2,9%), montadores de veículos automotores (2,6%), montadores de equipamentos eletroeletrônicos (2,4%) e trabalhadores de embalagem e etiquetagem (2,3%).

De acordo com o diretor do Departamento de Ação Regional da Fiesp, José Roberto Ramos Novaes, o relatório é importante porque mostra a preocupação com a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. “Existe uma obrigatoriedade por parte da indústria pela colocação dessas pessoas e nós já temos escolas que formam instrutores para essa capacitação. Estamos ajudando o empregador a cumprir essas cotas”.

Novaes ressaltou que a pessoa com deficiência, quando incluída no mercado de trabalho, é muito eficiente, mas as empresas não conseguem cumprir a cota porque, em geral, quando se encontra um trabalhador desse tipo, ele não está apto, não tem a qualificação exigida. “O deficiente tem benefícios do governo que ele recebe sem trabalhar, o que é um empecilho. Mas, em conjunto com o estado, nós vamos trabalhar no sentido de a indústria poder dar colocação aos deficientes”.

Edição: Vinicius Doria