Mais um senador do PDT defende o afastamento de Lupi

16/11/2011 - 21h06

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A permanência de Carlos Lupi no cargo de ministro do Trabalho foi criticada de forma veemente por um de seus colegas de partido, senador Pedro Taques (MT), hoje (16). Taques também quer que Lupi se afaste enquanto são apuradas as denúncias que envolvem a relação do ministério com organizações não governamentais. Além disso, o senador propõe que o PDT entregue os cargos que tem na administração federal, mas permaneça na base aliada do governo.

“Esse aparelhamento do Estado por partidos políticos não é republicano. Eu defendo que Lupi seja afastado. As denúncias são graves e devem ser apuradas. É isso que eu defendo sem pré-julgado. Quando se trata de dinheiro público, eu defendo que tudo seja apurado”, disse o senador.

Taques também criticou a postura de alguns deputados do PDT, que ameaçam deixar a base governista se o ministro for demitido. “Eu não participo de ameaças. Se, politicamente, [o partido] entender que tem de sair da base, isso tinha que ser feito antes. Não é agora, porque tem esse fato, que vamos alegar que vamos sair da base. Fica sem tempo e se entende que partido pode fazer chantagem, e essa não é a função de um partido político”.

Ele apoiou a iniciativa da senadora Ana Amélia (PP-RS), que também apresentou requerimento convidando Lupi para dar explicações no Senado sobre as denúncias contra ele. Na tribuna, hoje, a senadora gaúcha alegou que os escândalos paralisam a pasta. “A vinda do ministro é inadiável pelo acúmulo de denúncias públicas. Sempre que um ministro está envolvido em denúncias, fica difícil ao governo tocar os projetos do ministério”, disse a senadora.

A oposição também faz pressão contra o ministro. O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), foi novamente à Procuradoria-Geral da República dar entrada em uma representação contra o ministro do Trabalho por crime de responsabilidade. Desta vez, Dias acusa Lupi de mentir sobre o uso de um avião supostamente alugado por um empresário, dono de organizações não governamentais conveniadas ao Ministério do Trabalho. Contra o ministro pesam ainda acusações de que recebeu indevidamente diárias pagas pelo ministério e de que pessoas ligadas a ele cobravam propina para liberar recursos da pasta.

Amanhã (17) de manhã, Carlos Lupi irá ao Senado para dar mais explicações. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse que a permanência dele no governo dependerá do convencimento dos senadores a partir dos esclarecimentos do ministro. “Acredito que é possível superar esse problema se as explicações forem dadas de maneira convincente”.

Edição: Vinicius Doria