Indústria paulista prevê estagnação na oferta de emprego

13/10/2011 - 17h32

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo- A indústria de transformação paulista atingiu, em setembro, saldo positivo de 100 mil empregos, no total acumulado desde janeiro deste ano, o que representa aumento de 3,87% sobre o mesmo período do ano passado. Entretanto, na comparação de setembro com agosto, houve queda de 0,23% (sem ajuste sazonal), com o fechamento de 6 mil vagas.

A maioria das demissões ocorreu no setor de alimentos (4.574), em movimento influenciado pela quebra da safra de cana-de-açúcar e pelo desaquecimento nas atividades dos frigoríficos. Esse foi o pior desempenho da indústria paulista para um mês de setembro desde 2006, quando teve início a série histórica da Pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo/Indicadores Regionais e Setoriais da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo ( Fiesp/Ciesp). No entanto, nos últimos 12 meses até setembro, o saldo ainda indica um acréscimo de 20 mil vagas.

“A gente já esperava esse resultado, que reflete a adoção da política de juros, que estavam em alta até recentemente, e a redução da oferta de crédito”, disse o assessor de Assuntos Estratégicos da Fiesp, André Rebelo. Segundo ele, a concorrência com os importados também contribuiu para desaquecer o mercado de trabalho no setor. Por enquanto, acrescentou, não há qualquer efeito da crise econômica global porque o crédito [internacional ]continua fluindo.

Embora o corte no emprego tenha sido mais forte nos setores de processamento de carne e de álcool e açúcar, assinalou Rebelo, o resultado da pesquisa indica redução no ritmo de contratações em vários segmentos. Dos 22 setores pesquisados, 11 apresentaram taxas negativas e um permaneceu estável (o de celulose, papel e produtos de papel).

Mesmo entre os que mais ampliaram as admissões , o número de vagas abertas ficaram aquém do total de postos suprimidos. Entre eles, estão a indústria de produtos químicos, com a abertura de 578 vagas, móveis ( 488 empregos) e produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (461 postos).

Para Rebelo, o nível de emprego deverá encerrar o ano com estabilidade sobre 2010 ou, no máximo, com um aumento de 0,5%. Caso isso se confirme, o desempenho ficará bem abaixo do ano passado, quando a indústria paulista havia ampliado o número de vagas em 4,74%.

Edição: João Carlos Rodrigues