Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As oportunidades de negócios no Brasil, geradas pela exploração do pré-sal e pela realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, estão na mira dos investidores estrangeiros. Prova do interesse internacional é o crescente aumento do anúncio de investimentos no país por capitais do exterior. No acumulado de janeiro a junho, as aplicações estrangeiras representam 67,77% do total investido no Brasil. Durante todo o ano passado, a participação somou 34,1%.
Dados da Rede Nacional de Informações sobre o Investimento (Renai), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mostram que as aplicações internacionais somaram US$ 112,24 bilhões. Em 2010, em 12 meses, os aportes para novos empreendimentos foram US$ 91,68 bilhões. Além das grandes obras futuras, o coordenador-geral da Renai, Eduardo Celino, destaca a confiança das empresas estrangeiras nas conquistas econômicas do Brasil no cenário mundial.
“O Brasil tem feito esforço de se evidenciar no exterior, o próprio processo de consolidação da estabilidade econômica favoreceu bastante o processo. Aliás, a base desse fluxo verificado hoje é o processo de estabilidade econômica que dá grau maior de confiança aos investidores e isso reflete diretamente nas decisões de investimentos”, acrescenta Celino.
O coordenador também ressalta a retração das companhias, provocada pelo momento de instabilidade econômica mundial. “Verificamos que diversas empresas estão sofrendo processos de retração das operações nos mercados externos, em virtude da queda da atividade econômica nos países desenvolvidos. Por isso, empresas estão buscando mercados mais dinâmicos. O Brasil é um dos expoentes dentro dos mercados emergentes”, diz.
Em relação à origem de capital exclusivamente estrangeiro, a maior parte dos recursos internacionais previstos no primeiro semestre deste ano é do Reino Unido, com US$ 32 bilhões desse total. O volume equivale a 19,34% da participação. Na sequência, aparecem a Espanha, com aporte de US$ 16,6 bilhões (10,04%), Taiwan, com US$ 12 bilhões (7,26%), os Estados Unidos, com US$ 9,5 bilhões (5,77%), e a China, com US$ 4 bilhões (2,44%).
A empresa inglesa BG Group, da área de petróleo e gás, aparece como maior investidora do país em 2011, com aporte de US$ 30 bilhões. Na segunda posição aparece a Telefônica, da Espanha, com participação de US$ 14,6 bilhões. A Foxconn, de Taiwan, da área de eletrônicos, tem recursos previstos de US$ 12 bilhões.
Para o coordenador-geral da Renai, são fundamentais o acompanhamento e o investimento do governo federal para que os números continuem crescentes e fortaleçam a economia brasileira. “A gente não deve se acomodar, achando que o Brasil já está atraindo capital suficiente. Temos muitos desafios em termos de desenvolvimento econômico e quanto mais implementarmos essas medidas, haverá reflexo direto no investimento e, consequentemente, no desenvolvimento do país.
Edição: Graça Adjuto