Taxa de crédito para clientes de menor risco fica maior em julho; BC vai divulgar o índice mensalmente a partir de agora

20/09/2011 - 19h37

Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A taxa preferencial brasileira, utilizada para clientes de grande porte e menor risco de crédito ficou em 17,5% ao ano em julho, segundo informações do Banco Central (BC). O valor é 0,6 ponto percentual maior que o registrado em junho, que ficou em 16,9%. A taxa é calculada com base nos juros dos empréstimos bancários para grandes empresas, clientes preferenciais que conseguem custos mais baixos em suas operações.

Essa foi a primeira divulgação do valor da taxa, criada para servir de referência entre as taxas prime – taxas que os tomadores de baixo risco e de um grande volume de crédito pagam no sistema financeiro – de outros países. No entanto, os números terão sempre defasagem de até 50 dias na divulgação. Por esse motivo, apenas neste mês foram disponibilizados os dados de julho. A expectativa é que, a partir de agora, a taxa seja divulgada mensalmente, mas sempre com essa defasagem na coleta dos dados.

De acordo com o diretor de Fiscalização da autoridade monetária, Anthero Meirelles, a taxa preferencial serve para comparação internacional e para referência no próprio mercado interno, para comparar os juros do mercado. “Agora, vamos ter uma taxa comparável a outras taxas prime de outros países. Em geral, as taxas divulgadas eram só taxas médias, de modalidades de créditos. Será mais uma informação para os agentes econômicos utilizarem no relacionamento de crédito, com condições mais apropriadas para a formação de preço”, destacou.

No período entre 2005 e 2011, a taxa de juros preferencial brasileira ficou em 16,2% ao ano, valor acima do registrado na Rússia (11,4% ao ano), na Índia (11,8% ao ano), na China (6% ao ano), na África do Sul (11,8% ao ano) e nos Estados Unidos (5,5% ao ano).

Meirelles justificou a que as “taxas são maiores no Brasil porque os juros básicos são mais altos”. Com isso, os valores brasileiros se mantêm elevados nas taxas de referência a curto prazo, com 12,9% ao ano, superando a Rússia (7,2%), a Índia (6,1%), a China (2,2%), a África do Sul (11,8%) e os Estados Unidos (2,8%). “No Brasil, a taxa média é referente à taxa Selic e acumulada em cada mês. Nos demais países, tratam-se de taxas a curto prazo com conceitos semelhantes à Selic”, informou o relatório.

As condições ficam melhores no spread da taxa prime para as empresas classificadas como “cliente preferencial”, quando o Brasil se torna “mais competitivo”, segundo a avaliação do BC. O spread é a diferença entre a taxa que os bancos pagam ao captar dinheiro e a taxa que cobram nos empréstimos. A taxa brasileira é 3,2 pontos percentuais, ficando abaixo do spread da Rússia (4,2), da Índia (5,7), da China (3,8) e da África do Sul (3,4) e acima do spread dos Estados Unidos (2,6).


Edição: Lana Cristina