Diretores do BC falam na Câmara sobre aperfeiçoamento contínuo da autoridade monetária

13/09/2011 - 20h15

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O sistema financeiro nacional (SFN) é robusto, bem regulado e está mais forte do que na crise de 2008, fruto de aperfeiçoamento constante dos mecanismos de atuação da autoridade monetária, disse hoje (13) o diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Anthero de Moraes Meirelles, em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados. “Temos padrão de regulação superior aos padrões internacionais.”

Convocada para discutir as atribuições do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), criado pelo BC em maio último, a audiência também teve as participações do diretor de Política Monetária do BC, Aldo Luiz Mendes, e do subsecretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Pablo Fonseca dos Santos. Não contou, porém, com nenhum dos deputados que pediram a convocação - Vaz de Lima (PSDB-SP), Rui Palmeira (PSDB-AL) e Rodrigo Maia (DEM-RJ) –, sob alegação de que as atribuições do Comef coincidiam com a razão de ser do BC.

Meirelles disse que a criação do Comef “trouxe mais institucionalidade” a um papel que o BC já desempenhava e ganhou mais importância a partir da crise financeira internacional iniciada em 2007e agravada em setembro de 2008 com a quebra do banco americano Lehman Brothers. Na ocasião, o SFN deu mostras de solidez, disse ele. Mesmo assim, o BC avançou em seus mecanismos de atuação, porque “o processo de aperfeiçoamento é contínuo” e as decisões colegiadas “estão em consonância com as melhores práticas internacionais de estabilidade”, acrescentou.

Aldo Mendes também elogiou o formato de discussão colegiada que, no seu entender, harmoniza e sistematiza mais a atuação dos diferentes segmentos do BC. Mas ele falou mais sobre a gestão das reservas internacionais, que ontem (12) atingiram US$ 352,282 bilhões. “O Brasil está blindado contra choques adversos, de natureza externa”, não só pelo volume das reservas, mas também pela natureza de segurança das reservas, que estão mais diversificadas por moedas, ativos e países.

O diretor de Política Monetária destacou a “total transparência” que o BC dá à política de reservas internacionais, que é tratada em três bases principais. A primeira delas, acrescentou, diz respeito à segurança e, por isso, 97% das reservas brasileiras estão aplicadas em ativos de economias consideradas as mais garantidas do mundo, de acordo com a agência de classificação Moody's. Depois, seguem-se os conceitos de liquidez e de rentabilidade, nesta ordem.

Edição: João Carlos Rodrigues