Família de juíza acredita que matadores são mais que três PMs e quer identificação de mandantes

12/09/2011 - 20h46

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A família da juíza Patrícia Acioli, morta há um mês na entrada da casa onde morava, em Niterói, acredita que os assassinos não se restringem aos três policiais militares apontados hoje (12) pelo titular da Divisão de Homicídios da Polícia Civil fluminense, delegado Felipe Ettore. Durante missa em memória à magistrada, ocorrida no começo da noite, na Igreja da Candelária, no centro do Rio, os parentes exibiram faixas pedindo uma “faxina” na Polícia Militar.

A irmã da juíza, Márcia Acioli, disse que a família tem convicção de que os matadores não agiram sozinhos e sem o conhecimento de hierarquias superiores. “Eu quero quem mandou. Não quero peixe pequeno. Esses três são o início do trabalho. Porque quem pega a arma é uma coisa. Quem manda é outra. Eu quero saber quem mandou matar minha irmã. Quem deu essa ordem”, declarou.

O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, considerou que os três nomes apontados são apenas o início do processo, que requer a formação de provas mais robustas visando à condenação. “Eles são a primeira etapa de um calvário. Eu sei o que é convencer sete jurados sem uma testemunha ocular, sem uma prova mais concreta, baseando-se apenas em indícios. Ainda não é o final, mais diligências precisam ser feitas. O inquérito não está concluído”, disse.

A AMB lançou um manifesto pela segurança dos magistrados. Calandra pretende entregar amanhã (13), ao vice-presidente da República, Michel Temer, uma cópia do documento. Ele vai pedir ainda uma audiência com a presidenta Dilma Rousseff.

No próximo dia 21, está prevista uma passeata em Brasília. Segundo o presidente da AMB, são esperados cerca de 2 mil juízes e promotores de todo o país. O objetivo é sensibilizar deputados e senadores a votarem reformas no Código de Processo Penal e no Código Penal, diminuindo as instâncias de recursos e agilizando a condenação de réus julgados culpados.

 

Edição: Aécio Amado