Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Com incentivo da Lei Rouanet, a organização não governamental (ONG) Escola de Gente lançou hoje (21) a peça teatral Um Amigo Diferente?, primeiro espetáculo brasileiro para crianças e jovens a cumprir as leis de acessibilidade na comunicação. A peça faz parte da programação da campanha Teatro Acessível: Arte, Prazer e Direitos, que procura mobilizar o governo e a sociedade civil em torno do cumprimento das leis de acessibilidade em toda e qualquer iniciativa cultural.
Criado pela escritora Cláudia Werneck, com base em suas próprias experiências, o espetáculo usa metodologias premiadas e adotadas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Fundadora da Escola de Gente, que está completando 10 anos, Claudia Werneck é pioneira em pesquisas para a disseminação do conceito de sociedade inclusiva no Brasil e nos países da América Latina desde 1992. Para ela, a peça Um Amigo Diferente? é “um passo histórico na garantia dos direitos culturais para as crianças com diferenças, mobilidade reduzida, que não ouvem, não enxergam ou apresentam qualquer tipo de deficiência”.
Para que todos possam acompanhar a peça, há telas com legendas, audiodescrição e programas em braile e em letras ampliadas. “Todas as possibilidades são dadas pela Escola de Gente, para cumprir a legislação brasileira de inclusão. Esta é a primeira parceria entre o governo e sociedade civil na garantia dos direitos humanos para crianças com deficiência”, reforçou Cláudia Werneck.
A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que assistiu à primeira apresentação da peça, disse que a iniciativa cumpre todas as exigências da legislação sobre inclusão social, com linguagem de sinais, e mostrando que, pela arte e pela cultura e, no caso, pelo teatro, pode-se ter uma plateia totalmente diversa no que caracteriza os seres humanos.
"Iniciativas como esta fazem com que a cidadania se amplie e todas as pessoas possam ter consciência de que os espaços, como componentes da democracia, são para todas as pessoas”, disse a ministra.
Edição: Nádia Franco