Investigações da CGU sobre corrupção podem demorar até oito meses, diz Jorge Hage

11/08/2011 - 20h17

Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As investigações das denúncias de corrupção em ministérios e órgãos do governo federal podem demorar entre seis e oito meses, segundo o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage. Para ele, o bom andamento dos trabalhos do órgão depende, sobretudo, de pessoal qualificado. “Os prazos não dependem só de recursos humanos que podemos alocar. No momento, tenho equipes atuando só por conta dos problemas do momento, de modo intensivo”, disse Hage.

Atualmente, há dez comissões da CGU investigadno as denúncias de irregularidades nos ministérios do Turismo, da Agricultura e dos Transportes, além de órgãos como o Dnit (Departamento Nacional de Infraestutura de Transportes), a Valec (Engenharia, Construções e Ferrovias) e a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). “Estamos priorizando as investigações importantes dentro dos parcos recursos de que dispomos, sobretudo em um ano de contenção [de gastos] como este”.

De acordo com o ministro, a CGU tem cerca de 2 mil servidores, porém, para o quadro de funcionários ficar completo, é necessária a reposição de pelo menos 400 funcionários. O último concurso do órgão foi feito em 2003. “Estamos ansiosos para termos a autorização para fazer novos concursos, mais do que por verbas do Orçamento”.

Hage recebeu hoje (11), na sede da CGU, parlamentares que pediram a celeridade das investigações e defenderam o aumento de investimentos no órgão. De acordo com o deputado federal Chico Alencar (P-SOL-RJ), é necessário equipar mais a CGU. “Queremos que a CGU seja da União e não de qualquer governo de ocasião. Os governos são transitórios e a controladoria é permanente, investigando, doa a quem doer.”

Segundo o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), um dos objetivos da visita foi demonstrar apoio político e financeiro à CGU. “Temos emendas parlamentares que, lamentavelmente, são usadas indevidamente como vimos no caso do Ministério do Turismo. As emendas parlamentares devem ser destinadas para combater a corrupção.”

Os parlamentares disseram ainda que pretendem procurar outros órgãos, como a Procuradoria-Geral da República, Polícia Federal, o Tribunal de Contas da União e o Conselho Nacional de Justiça para acompanhar e pedir celeridade nas investigações envolvendo as denúncias de corrupção no governo federal.

Edição: Lana Cristina