Presidência da República não sabia de Operação da PF no Ministério do Turismo, diz ministra

09/08/2011 - 18h28

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Presidência da República foi surpreendida, hoje (9), com a Operação Voucher da Polícia Federal (PF) no Ministério do Turismo, que resultou na prisão atéagora de 33 pessoas, entre elas o secretário executivo do ministério, Frederico Silva da Costa. “Nós fomos surpreendidas hoje pela manhã, quando na reunião que teríamos com ela [a presidenta Dilma Ropusseff] para preparar o ato e o acordo do Supersimples, que seria apresentado”, disse a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

A ministra isentou o ministro do Turismo, Pedro Novais, de possíveis acusações de que teria conhecimento do esquema desmontado pela PF. Segundo Ideli, Novais ainda não ocupava o cargo quando o convênio para qualificações profissionais, que motivou as investigações, foi firmado. “O convênio base desta operação é de 2009. O ministro não tem portanto qualquer relação”, declarou.

Apesar disso, Ideli Salvatti disse que os que tiverem sua participação no esquema comprovada devem ser punidos. Segundo ela, o governo aguarda o fim do inquérito da polícia para se posicionar. “Nós estamos aguardando o desenrolar das investigações. Operação da Polícia Federal é igual decisão judicial, você acompanha e cumpre”, disse.

Apesar da operação da PF, ministra disse que o foco do governo está na crise econômica internacional. Segundo Ideli, que esteve no Senado na tarde de hoje, é importante acompanhar as denúncias de corrupção que têm surgido, mas as forças do governo estão concentradas na área econômica.

“A nossa principal preocupação neste momento é tomar as medidas para que o Brasil continue blindado. Por mais grave ou sério que seja outro problema, é claro que vamos acompanhar, mas em hipótese alguma podemos desviar o foco principal”, declarou.

A ação da PF, em conjunto com o Ministério Público Federal e a Secretaria de Controle Externo do Amapá, investiga desvios de verbas públicas repassadas ao Ministério do Turismo, por meio de emendas parlamentares, destinadas aos convênios de formação profissional.

Entre os presos, além de Frederico Silva da Costa, estão o secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins; o ex-presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) Mário Moyses, diretores e funcionários do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi) e empresários.

Edição: Aécio Amado