Programa nuclear brasileiro será reavaliado e não tem prazo para definição, diz presidente da Eletronuclear

28/07/2011 - 17h06

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O programa nuclear brasileiro passa por uma reavaliação, sem prazo de definição. O processo revisará custos, tecnologia e impacto ambiental das quatro usinas previstas para serem construídas no Nordeste até 2030, disse hoje (28) o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro.

"Avaliaremos tudo de acordo com as demandas sociais, sem ficar reféns de nenhum grupo", disse o presidente, referindo-se a organizações não governamentais de defesa do meio ambiente.

O presidente da subsidiária descartou suspender o programa nuclear, como fizeram a Alemanha e a Itália, depois do acidente com a Usina Nuclear de Fukushima, no Japão. Na Itália, o programa foi rejeitado em plebiscito e na Alemanha, o governo decidiu desativar todas as usinas nucleares responsáveis por 26% da geração de energia naquele país até 2022.

"A revisão [do programa brasileiro] indicará que precisaremos de alguma coisa. A percentagem [de energia gerada por usinas nucleares] é pequena [3,19% da matriz energética], mas é a segunda fonte de energia no país. A contribuição é importante para o equilíbrio do sistema".

Pinheiro informou também que o edital de montagem da parte elétrica e mecânica da Usina Nuclear Angra 3 deve ser lançado para construtoras brasileiras na próxima semana. As obras incluirão itens que vão desde a instalação de tubulação no reator, excluindo a construção civil, e custarão cerca de R$ 2 bilhões.

Pinheiro disse que as obras da usina estão dentro do prazo previsto para estar concluída até março de 2012. Ele explicou que o edital previsto para 2010 sofreu atrasos devido à sobrecarga na área de contratações.

 

 

Edição: Rivadavia Severo