Mais irregularidades nas contas do DF. Desta vez, referentes a 2010, segundo tribunal

25/07/2011 - 19h35

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O julgamento das contas dos quatro governadores que comandaram o Distrito Federal (DF) em 2010 ocorrerá apenas na quinta-feira (28), mas uma coisa já é certa: a exemplo do que ocorreu em 2009, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) detectou irregularidades. “O que eu posso dizer é que várias situações que estavam presentes em 2009 estão em 2010, além de fatos novos que podem ser considerados graves”, adiantou o conselheiro Renato Rainha, relator do processo, à Agência Brasil.

José Roberto Arruda deixou o governo do DF em fevereiro de 2010 em meio às denúncias de pagamento de propina, descoberta por meio da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, no final de 2009. Seu vice, Paulo Octávio, também acusado de envolvimento no esquema, renunciou cinco dias após assumir o cargo. Wilson Lima, então presidente da Câmara Legislativa, governou por dois meses e Rogério Rosso, eleito indiretamente pela Câmara Legislativa do DF, permaneceu no cargo por oito meses e meio, até o fim do mandato.

As contas de 2009, último ano completo sob a gestão de Arruda, foram rejeitadas pelo TCDF em março deste ano. Entre outras irregularidades, o tribunal confirmou as denúncias apontadas pela Caixa de Pandora, como o uso de contratos emergenciais para facilitar pagamento de propina. O ex-governador entrou com um recurso, que ainda deverá ser apreciado pelo tribunal.

De acordo com Rainha, as descobertas da Caixa de Pandora também vão influenciar as contas de 2010. “Só de processos da Caixa de Pandora que tramitam no TCDF, mais de 100 foram levados em conta neste processo.” Segundo o conselheiro, a maior parte dos problemas relativos à Caixa de Pandora acabaram quando Wilson Lima assumiu, uma vez que ele suspendeu o pagamento de contratos suspeitos.

Segundo o relator, o único órgão que não prestou qualquer tipo de informações ao TCDF até agora é a Companhia Energética de Brasília (CEB). Não há indicações, assinalou Rainha, de que a estatal venha a dar esclarecimento ao tribunal.

Edição: João Carlos Rodrigues