FMI apela para a redução gradual da despesa pública dos EUA

25/07/2011 - 14h39

Da Agência Lusa

Brasília - O Fundo Monetário Internacional (FMI) avisou hoje (25) que os Estados Unidos sofrerão um “choque severo” se os limites de endividamento não aumentarem, e apelou para uma redução gradual da despesa pública.

“O limite de endividamento federal deve ser rapidamente aumentado para evitar um choque severo para a economia americana e para os mercados financeiros mundiais”, considerou o FMI no seu relatório anual sobre a economia americana.

O chefe de gabinete de Obama, William Daley, já alertou que os próximos dias serão "cheios de estresse” para os americanos e para os mercados mundiais.

O Estado americano atingiu em 16 de maio os limites de endividamento, mas tem feito ajustamentos na despesa e na contabilidade pública, além das receitas fiscais para continuar operando normalmente.

O FMI fez, no relatório anual, reparos quanto aos planos do governo americano e da maioria republicana na Câmara dos Representantes para reduzir o déficit nas contas públicas, defendendo uma redução gradual.

“As propostas oficiais de redução do déficit poderão estar demasiado concentradas no início da execução orçamental, tendo em conta a fraqueza do ciclo [econômico] e, ao mesmo tempo, serem insuficientes para estabilizar a dívida em meados da década”, informa o relatório do FMI.

O fundo prevê uma dívida pública americana de 99% do produto interno bruto em 2011 e de 103% em 2012, contra as previsões que o FMI tinha, em junho (98,3% e 102, 3%, respetivamente).

Os economistas do FMI recomendam assim que “os planos de redução de dívida incluam tantas medidas concretas quanto possível, e sublinharam que é essencial que exista uma exposição clara dos objetivos orçamentais a médio prazo, apoiados pelo Congresso”. A receita que o FMI recomenda assim a Washington passa por controlar a redução da despesa e apostar no aumento da receita.

“A estratégia deveria incluir uma reforma da proteção social, incluindo reduções suplementares na despesa com saúde, bem como o aumento da receita, incluindo uma redução das exceções fiscais”, considera o fundo.