Atletismo passa de pai para filha na família de Christiane Santos

24/07/2011 - 14h43

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Medalhista de ouro nos Jogos Mundiais Militares, a atleta Christiane Santos pode dizer que o gosto pelo esporte passou de pai para filha. Vencedora da prova de revezamento 4x400 metros, disputada pela equipe brasileira na última quinta-feira (21), ela teve no exemplo do pai o incentivo para entrar no esporte.

“Comecei lá no Rio Grande do Sul. O meu pai praticava atletismo e caratê. Ele queria ter um filho homem para seguir os seus passos. Mas eu fui a primeira a nascer e hoje amo o que faço. Ele também ama muito o atletismo, só não teve a oportunidade de ter um treinador e um clube que o incentivasse, quando novo.”

Christiane iniciou no atletismo na cidade natal, Santa Cruz do Sul, e aos 19 anos conseguiu treinar nos Estados Unidos, onde permaneceu por um ano e meio. Quando voltou, encarou a realidade de ser atleta no Brasil, com a falta de incentivo e estrutura.

“Fiquei cinco meses sem clube e isso desmotiva. A gente passa a noite chorando, sem saber quando vai surgir um clube, se vai conseguir o índice. Porque as dificuldades abalam a gente.”

Com o tempo, ela superou o período difícil, entrou para a equipe da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), no Rio Grande do Sul, e em 2003 conseguiu índice para representar o país nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na República Dominicana, quando foi medalha de bronze na sua especialidade, os 800 metros rasos.

Atualmente, compete pelo Esporte Clube Pinheiros, de Bragança Paulista (SP), além de fazer parte da equipe militar brasileira, como terceira sargento temporária. Terminada a participação nos Jogos Mundiais Militares, Christiane começará a se preparar para o Troféu Brasil de Atletismo, que será disputado no início de agosto, em São Paulo. Vai competir nos 800 metros, nos 1.500 metros e no revezamento 4x400 metros.

Mas o grande objetivo dela é chegar aos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, em outubro. Para isso, tem que baixar em 1 segundo a marca alcançada nos 800 metros nos Jogos Mundiais Militares, quando chegou em quinto lugar, com 2 minutos, 2 segundos e 98 centésimos. O índice para o Pan é 2 minutos, 1 segundo e 20 centésimos.

Se conseguir chegar aos jogos em Guadalajara, será uma vitória pessoal, pois ela ficou fora da última edição, em 2007, no Rio, por problemas de lesão. “Este ano vou fazer 30 anos em outubro. Só me resta pensar no recomeço. Sou brasileira e não desisto nunca.”

 

Edição: Rivadavia Severo