Pagot diz que teve telefones grampeados e não teme quebra de sigilo fiscal

13/07/2011 - 21h25

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, disse hoje (13) que aceita abrir seus sigilos fiscais e telefônicos caso haja um pedido formal das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Viação e Transportes. Durante depoimento de mais de sete horas na Câmara, deputados pediram para que assinasse um termo concordando com a quebra dos seus dados sigilosos, mas Pagot não assinou.

Após a audiência, ele declarou que teve seus dois celulares grampeados ilegalmente. Segundo Pagot, no último dia 5, atendeu telefonema de uma pessoa que o informou da existência dos grampos. Na ligação, de acordo com o diretor do Dnit, que está de férias do cargo, o interlocutor não se identificou e apenas disse que trabalha com informações em um órgão do governo federal.

“Essa pessoa disse que ia me provar que os meus dois telefones estão sendo monitorados há muito tempo”, disse, acrescentando que ela revelou ainda o conteúdo de várias ligações que ele, Pagot, fez nos últimos dois anos. “Ele fez onze relatos para mim que me deixaram estarrecidos. Então, não tenho dúvida de que a quebra de sigilo telefônico existe há dois anos e meio”.

Pagot voltou a dizer que não cometeu irregularidades à frente do Dnit, apesar de reconhecer que existem problemas no órgão. “Nos últimos 14 dias, se vocês lerem o que saiu sobre mim na imprensa, vão pensar que sou o verdadeiro dragão da maldade contra uma série de santos guerreiros que têm por ai. Tenho certeza que não sou o dragão da maldade, não vou dizer que sou o santo guerreiro mas, com certeza, não sou o dragão da maldade. Tem gente posando de santo guerreiro, que não é isso”, disse sem citar nomes.

 

Edição: Aécio Amado