Debate sobre liberação de drogas leves não interfere no combate ao crime organizado, diz ministro

11/07/2011 - 18h30

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (11) que a discussão sobre o uso de drogas leves não interfere na atuação da pasta no combate ao crime organizado. “A discussão colocada pelo ex-presidente [Fernando Henrique Cardoso] não muda em nada a nossa rotina", afirmou o ministro. Segundo ele, ninguém nega a necessidade de combate ao crime organizado e mesmo os que defendem posições mais liberais querem que isso seja feito com rigor.

O ministro divulgou hoje números da Operação Sentinela, que resultou na apreensão de 11 toneladas de maconha e cocaína apenas em junho passado. De acordo com Cardozo, a ideia é que a operação “estrangule” o crime organizado.

Para ele, é evidente que, quando se desenvolve uma ação mais inteligente, grupos criminosos são atingidos, mas isso não significa que a guerra acabou, pois eles procuram sofisticar as estratégias. "Por isso, temos que buscar inovações para chegar a resultados que permitam estrangulá-los ou asfixiá-los da melhor forma possível.”

De acordo com o ministro, a operação será aprimorada nos próximos meses porque ainda não está plenamente organizada. José Eduardo Cardozo informou que haverá aumento do efetivo e aparelhamento das polícias nos estados fronteiriços, além da participação da Receita Federal na operação, para detectar movimentações financeiras criminosas.

Perguntado sobre o aumento de gastos da pasta em um momento de contingenciamento do governo, Cardozo disse que recebeu carta branca para investir na operação. “Quando discutimos com a presidenta [Dilma Rousseff] o plano de fronteiras, apresentamos os custos adicionais e, em conversa técnica com o Ministério do Planejamento, isso foi autorizado.”
 
O ministro também afirmou que, embora o número de abordagens e apreensões tenha disparado no primeiro mês da operação, a ideia é que ele vá caindo ao longo dos trabalhos. “Nosso desejo não é fazer apreensão, é que parem as apreensões. Quando se tem fiscalização muito forte, há menos apreensões”, conclui Cardozo.

Edição: Nádia Franco