Corpo do cineasta Gustavo Dahl é velado no Rio

28/06/2011 - 21h05

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O corpo do cineasta Gustavo Dahl foi velado hoje (28), no Salão Portinari do Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio de Janeiro. Ele morreu domingo (26), de infarto fulminante, em Trancoso (Bahia). O ator e cineasta Hugo Carvana, bastante emocionado, disse que Dahl foi um “amigo e irmão”. “O cinema perdeu uma das suas figuras mais importantes, que formulou ao longo desses 50 anos uma política do cinema brasileiro voltada para os interesses nacionais, que iluminou o caminho para nós todos. Era um intelectual brilhante”.

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, também lamentou a morte de Dahl, que ocupava a direção do Centro Técnico Audiovisual (CTAv) do Ministério da Cultura. “A perda do Gustavo foi um golpe para o cinema brasileiro. Além do que ele contribuiu como cineasta, foi uma pessoa que sempre defendeu o nosso cinema. É uma perda no sentido artístico e da produção cinematográfica. De todas as formas, ele cercava o cinema. Aonde nós íamos, lá estava ele. Em curto prazo, não se sabe quem irá substituir sua força”.

O presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Manoel Rangel, também falou sobre a importância de Dahl para o cinema nacional. “Ele foi o mais brilhante estrategista de sua geração. Pensou o cinema brasileiro desde o ponto de vista estético, de sua criação, até as questões mais decisivas de sua institucionalidade e viabilização, como mercado e como cultura. Ele foi decisivo no pensamento do Cinema Novo”.

Gustavo Dahl nasceu em Buenos Aires, em 1938, mas se naturalizou brasileiro. Foi o primeiro presidente da Ancine e diretor de Distribuição da Embrafilme. Também presidiu o Conselho Nacional de Cinema (Concine) e o Conselho Nacional de Direitos Autorais (Cnda). Nos sets de filmagem, dirigiu os filmes O Bravo Guerreiro (1968), Uirá, um Índio em Busca de Deus (1973) e Tensão no Rio (1982), além de diversos documentários e curtas metragens.

Edição: Vinicius Doria