Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A melhoria das perspectivas em relação ao controle da inflação tem mudado o comportamento dos investidores, disse hoje (21) o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido. Ao comentar o resultado da Dívida Pública Federal (DPF) de maio, ele afirmou que as taxas dos títulos prefixados (com juros definidos antecipadamente) têm caído nos últimos dois meses, enquanto a demanda por papéis corrigidos pela inflação tem diminuído.
Taxas mais baixas significam que a demanda está aumentando. Isso ocorre porque o aumento do interesse dos investidores em determinado tipo de título público faz os investidores pedirem juros menores.
De acordo com Garrido, os juros da Letra do Tesouro Nacional (LTN), papel prefixado com vencimento em julho de 2013, caíram de 12,81% ao ano, no início de maio, para 12,59% ao ano, no leilão realizado no último dia 16. As taxas da Nota do Tesouro Nacional tipo F (NTN-F), com vencimento em 2021, passaram de 12,64% ao ano para 12,37% ao ano, no mesmo período.
Em contrapartida, o coordenador disse que a demanda pela Nota do Tesouro Nacional tipo B (NTN-B), título vinculado à inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), está menor que no início do ano. “Com as melhores perspectivas em relação ao controle da inflação e a avaliação de que o Banco Central está próximo do fim do ciclo de aperto monetário, o mercado está comprando [títulos] prefixados com juros mais baixos”, declarou Garrido.
No mês passado, o Tesouro Nacional resgatou mais títulos do que emitiu. Isso ocorreu por causa do vencimento de R$ 43,8 bilhões em NTN-B. Segundo Garrido, esse vencimento estava previsto e não estava relacionado à queda da inflação. O comportamento dos investidores em relação aos papéis corrigidos pela inflação, ressaltou, só poderá ser avaliado nos próximos meses. “No início do ano, observamos maior demanda por NTN-B. Com o fim da expectativa de inflação alta, a procura voltou ao normal”, avaliou.
Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado recursos dos investidores para honrar compromissos. Em troca, se compromete a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic (juros básicos), da inflação ou do câmbio.
Com a taxa definida com antecedência, os títulos prefixados são preferíveis para o Tesouro Nacional porque dão maior previsibilidade para a administração da dívida pública. Os papéis vinculados à inflação representam mais risco porque pressionam a dívida pública para cima em momentos de aceleração dos preços.
Edição: Lana Cristina