Loucura de Portas Abertas marca centenário de hospital psiquiátrico no Rio

11/06/2011 - 14h55

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A loucura é a grande inspiração de uma série de atividades neste fim de semana no Rio de Janeiro. O evento Loucura de Portas Abertas marca o início das comemorações do centenário do Instituto Municipal Nise da Silveira, no Engenho de Dentro, hospital psiquiátrico inaugurado em 1911.

Segundo a presidente do Centro de Estudos da instituição, a psicóloga Paula Barros, a festa, que inclui espetáculos de música, grafitagem de muros, feijoada, exibição de filmes e teatro, entre outras atividades, vai celebrar sobretudo a inclusão dos doentes mentais na sociedade e o respeito às diferenças.

“Nossa proposta é falar dos avanços que já foram feitos no sentido de desconstrução desse ideário de que o louco é perigoso e que deve ser isolado. Por isso, convidamos a comunidade para participar dessa celebração de que é possível unirmos todos, diferentes ou não, num espaço coletivo, de cultura e de arte. E pretendemos que esse seja apenas o início desse processo de inclusão”.

Entre as atrações estão o cantor Ney Matogrosso, que se apresenta às 18h, e a exposição Memória da Loucura, em formato compacto, que resgata os 159 anos da história da psiquiatria no Brasil. A mostra, que já percorreu as cinco regiões brasileiras e foi vista por mais de 50 mil pessoas, estará em exibição até o dia 30 deste mês no local.

O Instituto Nise da Silveira fica na Rua Ramiro Magalhães, 521, Engenho de Dentro, na zona norte. As atividades ocorrem durante todo este sábado e domingo, das 9h às 19h, e a entrada é gratuita.

A instituição tem hoje 280 leitos, faz cerca de 90 internações mensais e tem 5 mil pacientes em acompanhamento ambulatorial.  Paula Barros explicou que o grande objetivo do Nise da Silveira é que o espaço se torne no futuro um centro de memória, pesquisa e formação. “A ideia é que a assistência continue, mas não nesse formato de hospital, que gera muita exclusão, e sim com serviços territoriais, mais próximos das casas dos pacientes”.

Edição: Graça Adjuto