Leilão de linhas de transmissão de energia tem deságio de 53%

10/06/2011 - 16h33

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O primeiro leilão de linhas de transmissão de energia deste ano reduziu hoje (10) em 53,27% a remuneração média das empresas vencedoras da concorrência. Com isso, a tarifa de energia paga por consumidores tende a ser mais baixa quando as linhas entrarem em operação.

O valor máximo que as empresas responsáveis pela transmissão de energia dos três lotes de linhas leiloados hoje poderão receber por ano será de R$ 49 milhões. Pelas regras previstas para a realização do leilão, esse valor poderia ser de até R$ 93 milhões.

Nos leilões organizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), arremata o lote a empresa que oferecer o serviço pela menor tarifa. A Aneel estipula um valor máximo e, a partir daí, a companhia que se dispor a realizar o que está previsto no contrato recebendo o menor valor é a vencedora. A diferença entre o preço inicial, fixado pela Aneel, e o preço final, oferecido pelas empresas, é o chamado deságio do leilão.

Neste leilão de linhas transmissão de energia, três lotes foram negociados. Os três juntos prevêem a instalação de 440 quilômetros (km) de linhas na região Nordeste. Isso deve demandar investimentos de R$ 750 milhões e gerar 4,5 mil empregos, segundo a Aneel.

Essas linha de transmissão, também de acordo com a Aneel, vão possibilitar que fontes de energia eólica (a vento) sejam ligadas Sistema Interligado Nacional (SIN). Todas as linhas têm previsão para entrar em operação em abril de 2013.

O primeiro lote do leilão foi referente a instalação de 300 quilômetros (km) de linhas no Rio Grande do Norte e Paraíba. A Aneel tinha estabelecido uma remuneração máxima de R$ 75,9 milhões por ano para a empresa vencedora.

O Consórcio Extremoz, formado pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), propôs receber R$ 31,9 milhões por ano (58% de deságio) e arrematou o lote.

O segundo lote prevê a instalação de 65 km de linhas na Bahia. A remuneração máxima era de R$ 5,4 milhões. A Chesf arrematou o lote propondo fazer a instalação das linhas por R$ 4 milhões (26% de deságio).

A Chesf também arrematou o terceiro lote, que prevê a instalação de 76 km de linhas de transmissão no Ceará e Rio Grande do Norte. Ele tinha remuneração máxima de R$ 12,1 milhões, mas foi arrematado por R$ 7,7 milhões (deságio de 36%).

Edição: João Carlos Rodrigues