Sírios fogem para a Turquia com medo de ataques do Exército

08/06/2011 - 14h29

Da BBC Brasil

Brasília – Homens, mulheres e até crianças afirmaram a autoridades estrangeiras que deixaram a cidade síria de Jisr Al Shughour porque temiam uma ofensiva militar. O receio aumentou depois que o governo afirmou que 120 oficiais das forças de segurança foram mortos por grupos armados.

Moradores que permaneceram na cidade criaram barricadas nas estradas no esforço de impedir e entrada dos militares.

Os fugitivos tentam chegar à Turquia. O governo turco informou que não impedirá a entrada de refugiados. O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, disse hoje (8) que o país está monitorando a situação e pediu à Síria que aja com tolerância.

Oficialmente, a Turquia diz que 450 pessoas já atravessaram a fronteira, mas moradores locais dizem que o número pode ser maior. O governo disse que vai agir “com firmeza” para retomar o controle da cidade, depois que os 120 soldados foram mortos na última segunda-feira.

Os manifestantes insistem na saída do presidente sírio, Bashar Al Assad, e rejeitam os relatos do governo sobre gangues armadas. O suposto ataque ocorreu em um momento de intensificação dos conflitos no último fim de semana que resultou na morte de dezenas de ativistas antigoverno.

Testemunhas dizem que alguns ativistas ergueram barreiras de pedras, e colocaram troncos e pneus queimados na principal estrada de acesso à cidade, para tentar bloquear o avanço das forças de segurança.

Paralelamente, a Grã-Bretanha e a França aumentaram a pressão sobre o Conselho de Segurança das Nações Unidas para votar uma resolução que condene o governo sírio pela repressão aos protestos.

O governo britânico anunciou que ainda hoje deve apresentar um projeto para a resolução. No entanto, diferentemente do caso da Líbia, a resolução não sugere ações militares ou sanções contra a Síria.