Bombeiros paralisados no Rio querem salário de R$ 2.900 e ganham adesão de policiais civis e militares

08/06/2011 - 22h17

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A greve dos bombeiros do Rio de Janeiro por melhores salários e condições de trabalho ganhou força com a criação da Frente Unificada das Entidades de Classe da Segurança Pública do estado. Os representantes dos policiais civis e militares anunciaram que vão participar das manifestações organizadas pelos bombeiros. Hoje, eles estiveram reunidos com o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, quando prometeram apresentar uma proposta para elevar o piso salarial dos bombeiros e policiais militares para R$ 2.900.

Na última sexta-feira (4), bombeiros insatisfeitos com os salários, acompanhados de suas mulheres e filhos, invadiram o quartel central da corporação. No sábado, o governador Sérgio Cabral ordenou que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar (PM) e homens da tropa de choque entrassem no local e dissolvessem a manifestação. Em seguida, 439 grevistas foram presos e levados ao quartel da corporação em Niterói. As entidades de classe da segurança pública cobram do governo a libertação dos detidos.

Um dos participantes da reunião com o coronel Simões, o presidente da Associação de Cabos e Soldados dos Bombeiros, Nilo Guerreiro, disse que a proposta de elevar o piso salarial da categoria para R$ 2.900 será apresentada nos próximos dias. Ele afirmou que chegaram a esse valor com base em estudo feito sobre a defasagem salarial dos militares nos últimos anos. “A proposta será apresentada oportunamente, uma vez que fomos recebidos hoje como representantes de classe. Agora, vamos discutir o que ocorreu na reunião para chegarmos a um consenso.”

Segundo Simões, as negociações têm sido positivas e sua missão é manter o diálogo entre os envolvidos na negociação. “Quando a gente fala em negociação, parece que tenho poder de resolver todos os problemas. O que estou fazendo é ouvir cada um dos setores envolvidos. E eles que apresentem suas propostas para vermos quais são os pontos convergentes.”

Enquanto negociam com o governo, os bombeiros recebem novas adesões ao movimento. Depois do anúncio da criação da Frente Unificada das Entidades de Classe da Segurança Pública, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio de Janeiro, Fernando Bandeira, afirmou que a categoria participará das manifestações que os bombeiros e seus familiares estão fazendo nas escadarias da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Além disso, eles estão programando um ato público conjunto na sexta-feira (10) e uma passeata na Praia de Copacabana, no domingo (12).

Apesar do encontro com o comandante-geral da corporação, os representantes das categorias garantiram não vão abrir mão de negociar diretamente com o governador Sérgio Cabral.

A Defensoria Pública do estado, por sua vez, entrou com pedido de relaxamento e de liberdade provisória dos 439 bombeiros presos. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio, o pedido está sendo analisado pela Auditoria Militar.

Edição: João Carlos Rodrigues