Para PT do Rio, saída de Palocci deixa a presidenta mais à vontade

07/06/2011 - 21h19

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A saída de Antonio Palocci do cargo de ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República deixará a presidenta Dilma Rousseff mais à vontade e permitirá que o governo possa recompor o jogo político, uma vez que o ex-ministro ocupava um cargo extremamente estratégico para o Palácio do Planalto. A avaliação é do presidente em exercício do PT fluminense, Jorge Florêncio.

Florêncio, no entanto, defendeu Palocci que, segundo ele, não tinha nada em sua conduta que o desabonasse. “Com a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de não aceitar as denuncias e a entrevista na TV, o ex-chefe da Casa Civil deixou claro, no meu entender, que não tinha algo que desabonasse a sua conduta ou que o condenasse”, disse.

Para Florêncio, Palocci deve ter tomada a decisão de sair da Casa Civil em razão da importância do cargo que ocupava e das atenções estarem todas voltadas para ele, o que poderia acabar “contaminando o governo”. “Ele talvez tenha tomado esta decisão para deixar a presidenta mais a vontade e permitir que o governo pudesse vir a recompor o jogo, já que ele ocupava um cargo extremamente estratégico, que é onde, inclusive, passa toda a relação de distribuição das ações de governo”.

Sobre a escolha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) para o lugar de Palocci, Florêncio disse que, para ele, foi uma surpresa. “Eu achava que a saída para a retirada de Palocci ficasse ali mesmo, mas próxima ao Palácio do Planalto. Talvez o próprio ministro Paulo Bernardo [Comunicações], ou mesmo Gilberto Carvalho [ministro da Secretaria-Geral da Presidência], ou talvez ainda a Miriam Belchior [ministra do Planejamento], que é uma pessoa extremamente técnica e que se encaixa melhor no perfil da Dilma. Já uma saída via Gilberto Carvalho seria tanto política como técnica, por exemplo. Mas eu não tenho tanto conhecimento assim sobre a nova ministra-chefe, que é nova no cenário político, mas que é , pelo que sei, uma articuladora política”, disse.

 

Edição: Aécio Amado