Manifestação marca inauguração da estação do Metrô de São Paulo que desmoronou em 2007

16/05/2011 - 16h31

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A entrega à população da mais nova estação da Linha 4-Amarela do Metrô, a de Pinheiros, a quarta no trecho em operação entre a avenida Paulista e o Butantã, na zona oeste da capital, foi marcada por uma manifestação que reuniu integrantes do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, da entidade estudantil Movimento Passe Livre e de parentes de vítimas do desmoronamento ocorrido naquele local, em 2007, em que morreram sete pessoas.

Entre os manifestantes, estavam Elenildo Adriano da Silva, tio de Wescley Adriano da Silva, cobrador da van que foi sugada em meio à avalanche de terra que veio abaixo no dia 12 de janeiro de 2007, quando o canteiro de obras da futura Estação Pinheiros se transformou numa imensa cratera. Também compareceram ao local a esposa e o filho da vítima. Thais Ferreira Gomes estava grávida de sete meses quando perdeu o marido. Ela contou que recebeu uma indenização de R$ 130 mil.

Elenildo da Silva disse que faltou apoio por parte do governo. “Minha irmã [a mãe de Wescley] teve de se mudar para Natal, inconformada com a perda do filho, e não tivemos sequer a ajuda de psicólogos”, disse.

Ao inaugurar a estação, o governador Geraldo Alckmin lamentou a tragédia. “Foi muito triste o que aconteceu”, lamentou. Ele anunciou que a integração da nova estação com a Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) começará a funcionar no início de junho, um mês antes do prazo previsto.

Também revelou que começam a operar, de forma antecipada, em outubro deste ano, as estações República e Luz, inicialmente previstas para dezembro. “Aí, passaremos a atender 700 mil passageiros na Linha 4, que é a mais moderna, com ar-condicionado, câmaras de vídeo e sem maquinista”, observou ele. As novas composições são acionadas por meio da tecnologia driverless, ou seja, sem a necessidade de condutor, com a operação feita por um sistema informatizado.

De acordo com o Metrô, com a nova estação, o número de usuários transportados, diariamente, deverá dobrar passando de 40 mil para 80 mil. Por enquanto, o horário de operação continuará das 4h40 às 15h. A Linha 4-Amarela vai ligar a Estação da Luz , na região central, à Vila Sônia, na zona sudoeste. A operação e a manutenção serão feitas pela concessionária ViaQuatro, integrante do Grupo CCR, no primeiro contrato de parceria público-privada (PPP) do país.

Nessa primeira fase da obra, o custo atingiu R$ 3,8 bilhões. A nova estação se diferencia pela estrutura, com predomínio de peças metálicas e da transparência com muito uso de vidros, inclusive no teto, permitindo a entrada de luz natural. A plataforma fica numa profundidade de 31,25 metros.

Edição: Lana Cristina