Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou hoje (1º) que o desafio do Brasil é levar a qualificação profissional para dentro das comunidades pobres. Atualmente, o trabalhador tem que se deslocar de sua residência, gastando dinheiro do próprio bolso, para buscar cursos profissionalizantes em núcleos instalados em outros bairros. A ideia, segundo Lupi, é disponibilizar alternativas dentro de comunidades do país.
"O grande desafio do Brasil hoje é a qualificação profissional. Se o trabalhador está desempregado, como ele vai fazer? Então, precisa ser gratuito e tem que ser onde ele está. Isso é fundamental para o sucesso de qualquer capacitação profissional: estar onde o trabalhador precisa, que é dentro da comunidade.”
Lupi disse que o passado do país, ligado ao desemprego, evitou que se preparasse a massa trabalhadora para a fase atual, de praticamente pleno emprego, em que falta mão de obra qualificada em obras e projetos de grande envergadura. Para inverter essa realidade, ele acredita ser preciso um trabalho de parceria com outras entidades.
“O Brasil teve uma cultura de muitos anos sem emprego, que não preparou quem desse qualificação ao trabalhador. Nós não temos grande experiência para fazer esses cursos. Estamos ainda em uma fase de improviso, por meio das associações, do Sistema S [Sesc, Sesi e Senai e Senac] e das escolas técnicas federais para tentar massificar.”
O ministro participou de festa comemorativa ao Dia do Trabalhador na Vila Cruzeiro, comunidade que há pouco tempo era controlada pelo tráfico de drogas. “Isso reflete a importância da presença do Estado. Não basta só ocupar a comunidade para garantir a segurança, mas oferecer serviços públicos que deem a essa população a garantia de que a polícia não vem e vai embora. O Estado veio para ficar e garantir a cidadania.”
O secretário estadual de Trabalho e Renda, Sérgio Zveiter, que acompanhou Lupi nas comemorações, também considerou imprescindível levar oportunidades de qualificação para dentro das comunidades: “Para incluir as pessoas que estão abaixo da linha da pobreza é preciso estar próximo delas. Elas não têm condições nem de sair de onde se encontram”.
Edição: Graça Adjuto