Unica estima queda gradual nos preços do etanol com início da safra 2011/2012

29/04/2011 - 17h58

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) afirmou hoje (29) que os preços do etanol anidro e do hidratado devem começar a baixar gradualmente por causa do aumento da oferta do produto, provocado pelo início das atividades da safra 2011/2012 de cana-de-açúcar, na região Centro-Sul do país.

Em nota, a Unica comunicou a estimativa de que quase 200 usinas devem fechar a semana em plena atividade, de um total de 335 na região Centro-Sul. “O aumento já observado no volume de etanol disponível no mercado, combinado com a demanda reduzida, deve forçar os preços para baixo na usina e resultar, eventualmente, em preços menores também na bomba”, diz a nota.

Segundo o diretor técnico da Unica, Antonio de Paula Rodrigues, a produção de etanol neste início de safra está priorizando o anidro, que é misturado à gasolina. “Como o consumo da gasolina subiu, é importante assegurar o fornecimento do anidro para a mistura. Conforme a produção crescer e os preços forem se normalizando, o proprietário do carro flex também deve voltar gradativamente a optar pelo etanol hidratado, que já estará sendo oferecido em volumes mais elevados”, disse Rodrigues.

A expectativa da Unica é que os preços médios do anidro e do hidratado, nesta semana, devem registrar queda de 7% a 10% no final do dia. A Unica também espera que a oferta de etanol atinja 1 bilhão de litros em abril.

Ontem (28), a presidenta Dilma Rousseff assinou a Medida Provisória (MP) 532, mudando a classificação do etanol de produto agrícola para combustível, passando a comercialização, estocagem, importação e exportação do produto para o controle da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Na mesma MP, o governo também determinou a redução do percentual mínimo de mistura de álcool anidro na gasolina. Atualmente, esse percentual varia entre 20% e 25% e, agora, poderá variar de 18% a 25%.

As duas medidas são tentativas do governo para reduzir a pressão inflacionária do álcool combustível, provocada pelo aumento dos preços do produto na entressafra da cana-de-açúcar.

Edição: Lana Cristina