Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Senado determinou hoje (4) a criação de uma comissão de sindicância para investigar as denúncias de fraude no ponto eletrônico da Casa. Na última sexta-feira (1º), o presidente José Sarney (PMDB-AP) já havia determinado aos diretores que apurassem se haviam servidores batendo o ponto para colegas que não iam trabalhar ou indo embora logo após o registro de entrada.
Agora, a comissão terá 30 dias para analisar as denúncias feitas pela imprensa. Ao final desse prazo, a comissão indicará à diretoria da Casa se os servidores acusados são inocentes, se devem ser aplicadas penas leves ou se é preciso abrir um processo administrativo disciplinar para apurar o caso.
Na última sexta-feira foi implementado o ponto biométrico, no qual o funcionário precisa colocar a digital para que o registro de início do trabalho seja feito. Na oportunidade, uma funcionária foi flagrada por uma reportagem de televisão saindo do Senado dez minutos depois de fazer o registro no novo ponto.
A funcionária Edilenice Passos apresentou hoje uma carta na qual se defende. Ela diz que o local onde trabalha, o museu do Senado, está passando por reformas e, por isso, foi orientada pela chefia a bater o ponto e trabalhar em casa. Além disso, a servidora alega que tem um currículo exemplar, inclusive com registros oficiais de elogios ao seu trabalho nos 28 anos em que é funcionária do Senado.
A Casa tem 6.027 servidores efetivos e comissionados, dos quais 4.967 precisam fazer o registro do ponto diariamente. Os outros são liberados por estar lotados nos estados, ou a pedido dos senadores ou ainda por ocupar cargos para os quais normas internas determinam a liberação do ponto.
Edição: João Carlos Rodrigues