Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O estouro de uma galeria subterrânea de energia no bairro de Copacabana, na última sexta-feira (1º), motivou a prefeitura do Rio a notificar a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para cobrar providências e exercer maior fiscalização sobre a distribuidora Light.
A medida consta de um decreto assinado hoje (4) pelo prefeito Eduardo Paes, que também cria uma comissão municipal para acompanhar as medidas a serem adotadas pela Light e pela Aneel. O anúncio foi feito pelo secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Osório.
“Pela legislação em vigor, compete à Aneel fiscalizar e acompanhar todos os trabalhos das concessionárias de distribuição de energia. Na cidade do Rio de Janeiro, a empresa responsável pela distribuição é a Light, que tem fiscalização pela Aneel, que possui a competência legal de tomar os atos fiscalizatórios, de punir, de fazer exigências e de levar às últimas consequências o descumprimento no trabalho dessas concessionárias”, afirmou Osório.
Perguntado se a Aneel teria sido omissa no trabalho de fiscalização da Light, Osório evitou criticar diretamente a agência, mas reconheceu que a situação na distribuição de energia não é boa na cidade.
“Nós solicitamos um conjunto de informações à Aneel e estamos aguardando que ela nos informe. Agora, que algo não vai bem com a rede de distribuição e as galerias subterrâneas na cidade do Rio de Janeiro, não há nenhuma dúvida. Que há um problema grave e recorrente, não há nenhuma dúvida”, criticou Osório, que cogitou notificar judicialmente a Aneel e a Light, se medidas efetivas não forem tomadas.
A Aneel divulgou nota informando que acompanha os fatos desde novembro de 2009, quando houve os primeiros estouros em galerias subterrâneas da Light. A agência reguladora disse que determinou, no início de 2010, um plano de modernização na rede da companhia. E afirmou que, caso haja descumprimento no plano, a Light poderá ser penalizada. Sobre a notificação divulgada hoje pela prefeitura do Rio, a assessoria da Aneel alegou que não poderia se pronunciar porque ainda não havia recebido o documento.
A Light informou, também em nota, que já inspecionou 1.170 câmaras subterrâneas, tendo modernizado 1.040 delas. Das 130 câmaras restantes, a companhia destacou que estão sendo trabalhadas e que não têm risco iminente de explodir.
O acidente da última sexta-feira aconteceu no início da noite, com a explosão em uma estação subterrânea da Light, em Copacabana. A tampa da câmara, pesando uma tonelada, foi pelos ares e caiu sobre um táxi que passava no local. Apesar da violência da explosão, houve apenas feridos sem gravidade e danos materiais.
Edição: Lana Cristina