Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Eletronuclear vai mostrar no dia 8 de abril à comissão de senadores que acompanha os desdobramentos do acidente nuclear que atingiu o Japão, que as usinas brasileiras Angra 1, 2 e 3 apresentam condições técnicas de segurança superiores às de Fukushima, afetada pelo terremoto e tsunami que devastaram a costa nordeste japonesa no dia 11.
A visita dos senadores e do novo procurador da República em Angra dos Reis, Ricardo Martins Baptista, às usinas fluminenses estava programada para amanhã (30), mas foi cancelada em razão da morte do ex-vice-presidente José Alencar.
As usinas nacionais usam reatores do tipo PWR (reatores de água pressurizada, na sigla em inglês), considerados mais seguros do que os reatores do tipo BWR (reatores de água em ebulição, na sigla em inglês), como os de Fukushima. A informação foi dada hoje (29) à Agência Brasil pelo coordenador de Comunicação e Segurança da Eletronuclear, José Manuel Diaz Francisco.
“No caso do Japão, a própria água que passa pelo reator entra em ebulição, se transforma em vapor no reator e vai acionar a turbina. No caso da tecnologia de Angra 1,2 e 3, há um circuito primário, onde a água passa no reator, mas não entra em ebulição, e fica pressurizada”, explicou o executivo. Um segundo circuito, totalmente independente e sem contato com o reator rouba o calor do circuito primário para, então, entrar em ebulição.
“A gente considera que isso oferece algumas vantagens. Uma delas é, por exemplo, o fato de, numa perda de energia, nós termos a circulação natural [da água], que é uma coisa que eles [japoneses] não têm”. Isso permite que, na falta de energia, a usina consiga manter o resfriamento do reator sem a necessidade de bomba elétrica para acionar a circulação da água.
Os senadores irão acompanhar todo o funcionamento das usinas e terão acesso à sala de controle. José Manuel Diaz disse que a Eletronuclear está preparada para apresentar aos parlamentares o plano de emergência local da usina.
Edição: Vinicius Doria