Em Cuba, mais um preso político é libertado

18/03/2011 - 9h40

Da Agência Lusa


Brasília – O engenheiro Librado Linares, de 50 anos, condenado a 20 anos de prisão por sua atuação política contra o regime do governo de Cuba, foi libertado hoje (18). O dissidente participou da manifestação conhecida como Primavera de 2003, quando 75 opositores ao regime do governo de Cuba foram detidos. Linares é um dos três últimos presos políticos cubanos a ser libertado, de um grupo de 52.

“Três agentes da segurança do Estado levaram-me para casa e estou muito feliz por poder reencontrar a minha família”, afirmou Librado Linares, em conversa por telefone, de sua casa em Camajuani, perto de Santa Clara, na região central de Cuba.

“Os direitos do homem são universais, mas em Cuba são violados sistematicamente, nunca respeitados, e vou continuar a lutar para exercer esses direitos e fazê-los respeitar”, acrescentou.

No momento da sua detenção, Linares era presidente do movimento cubano Reflexão, uma organização considerada ilegal no país, e membro do bloco Todos Unidos, cujo coordenador era Vladimiro Roca – militar da reserva e filho do líder comunista histórico Blas Roca.

Destes 75 opositores, apenas dois – José Ferrer e Félix Navarro – permanecem detidos. Em maio de 2010, a Igreja Católica, o governo de Cuba e representantes do governo da Espanha fizeram um acordo para a libertação de 52 dos 75 opositores da “primavera negra” de 2003.

No período de 2003 a 2010, 23 dissidentes foram libertados por razões de saúde. Depois, 40 dos 52 presos políticos foram libertados e enviados, sem escolha, para a Espanha. No caso de Linares e outros dez dissidentes houve autorização para permanecerem em Cuba, depois da libertação.

O presidente da Comissão Cubana dos Direitos do Homem e da Reconciliação Nacional, Elizardo Sanchez, afirmou que há em Cuba cerca de 60 dissidentes detidos “por razões de ordem política”. As autoridades cubanas negam a existência de presos políticos no país.