Valor Bruto da Produção das principais lavouras chegará perto dos R$ 200 bilhões nesta safra

15/03/2011 - 18h54

 

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O levantamento do Valor Bruto da Produção (VBP) das principais lavouras brasileiras, divulgado hoje (15) pelo Ministério da Agricultura (Mapa), indica um valor de R$ 189,6 bilhões para a safra 2010/2011. A pesquisa, feita em fevereiro, reforça a previsão de um novo recorde, superando o VBC de R$ 181,8 bilhões em 2008, antes da crise financeira mundial e num contexto de alta dos preços dos alimentos. O VBC da safra atual é 5,8% maior que o obtido em 2010 (R$ 179,2 bilhões).

Segundo o coordenador de Planejamento Estratégico do Mapa e responsável pelo levantamento, José Garcia Gasques, uma das principais diferenças entre os números da safra atual e os do ciclo passado é a recuperação do VBC do algodão, do milho e da soja. A produção recorde deste ano é o fator mais importante, aliado à alta dos preços das commodities no mercado internacional.

“A projeção de que teremos a maior safra de grãos da história, com 154 milhões de toneladas, e os preços dos produtos agrícolas em ascensão provocam um efeito direto no valor bruto da produção”, afirmou Gasques.

O algodão em pluma deve ter um VBP de R$ 4,7 bilhões, aumento de 50,1% em relação à safra passada. Outros destaques são a uva, com R$ 4,4 bilhões (44,6%), e o café em grão, com R$ 20,1 bilhões (27,2%). Feijão (R$ 7 bilhões), milho (R$ 21 bilhões) e soja (R$ 51,3 bilhões) devem crescer, respectivamente, 18,9%, 17,4% e 10,5%.

Entre as principais quedas estão cana-de-açúcar (-12,5%), com VBP diminuído de R$ 32,9 bilhões na safra 2009/2010 para R$ 28,7 bilhões no ciclo atual, e trigo (-25,9%), caindo de R$ 2,6 bilhões para R$ 1,9 bilhões.

O VBC leva em conta os preços praticados no mercado das 20 principais lavouras brasileiras (soja, cana-de-açúcar, uva, amendoim, milho, café, arroz, algodão, banana, batata-inglesa, cebola, feijão, fumo, mandioca, pimenta-do-reino, trigo, tomate, cacau, laranja e mamona). No cálculo são usados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Getulio Vargas (FGV) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Edição: Vinicius Doria