Presidente da Eletronuclear esclarecerá ao Senado sobre o sistema de segurança das usinas nucleares brasileiras

15/03/2011 - 16h15

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente da Eletronuclear, Otto Luiz Pinheiro da Silva, comparecerá à Comissão de Meio Ambiente do Senado para dar explicações sobre a política nuclear brasileira. Requerimento do senador Jorge Viana (PT-AC) convidando Otto Pinheiro foi aprovado hoje (15) pela comissão e a data de sua visita ainda será acertada. A intenção dos senadores é que a audiência pública ocorra já na semana que vem.

“Com certeza, todo o aparato de segurança [das usinas nucleares] está sob suspeita porque o desastre no Japão foi numa dimensão que ninguém poderia imaginar que poderia acontecer no país”, afirmou Viana. Para ele, no entanto, não se trata neste momento de fazer qualquer revisão da opção brasileira pelo uso da energia nuclear.

O presidente da comissão, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), enfatizou que os senadores não têm “como fugir” desse debate. “O desastre no Japão vai trazer, obrigatoriamente, o debate não só para o Brasil, mas a todo o mundo, sobre a matriz nuclear. Essa é uma questão que, a partir de agora, está exposta”. Ontem (14), os governos da Alemanha e da Suíça suspenderam temporariamente suas políticas de uso de energia atômica.

Rollemberg acrescentou que, apesar do Brasil não estar propenso geograficamente a catástrofes provenientes de terremotos e tsunamis, existe “um forte processo” de recrudescimento dos efeitos climáticos em todo o mundo e o país não está imune a outras espécies de acidentes naturais.

Viana disse que as explicações da Eletronuclear são necessárias para que os sistemas de proteção das usinas brasileiras sejam esclarecidos. Os senadores também vão querer debater a política de expansão das usinas nucleares no Brasil.

“Se em um país mais preparado para enfrentar catástrofes [como o Japão], o desastre é imensurável, imagine [em] países que não têm um aparato de Defesa Civil e de segurança adequado para enfrentar problemas graves [como o Brasil]”, afirmou Viana.

Edição: Lana Cristina