No Rio, música erudita ganha roupagem de samba neste carnaval

05/03/2011 - 16h01

Isabela Vieira

Repórter da Agência Brasil

 

Rio de Janeiro- "Eu vou juntar chopinho com Chopin, não importa o amanhã, hoje eu quero Bach", diz trecho do samba do Bloco Feitiço do Villa. Hoje (5), o bloco apresentou, na Lapa, repertório de música erudita em ritmo de samba.

 

A banda incluiu cinco sopros (fagote, clarinete, trompa, flaute a oboé), um quarteto de cordas, um puxador de samba e uma cantora lírica, que interpretou a marchinha Cabeleira do Zezé, quando foi ovacionada por os cerca de 200 foliões da plateia.

 

Segundo o maestro do bloco, Carlos Prazeres, a ideia é popularizar a música erudita. Por isso, a apresentação coincide com o Dia Nacional de Música Clássica - criado em homenagem ao nascimento do maestro e compositor Heitor Villa-Lobos, a quem o bloco presta homenagem.

 

"Por trás dessa brincadeira, estamos levando música clássica para todos”, afirmou Prazeres, também maestro assistente da Orquestra Petrobras Sinfônica.

 

Formado por músicos de pelo menos quatro orquestras da cidade e por alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o bloco tocou Trenzinho do Caipira, de Villa-Lobos, A Primavera, de Vivaldi, e Ode à Alegria, de Beethoven.

 

A bailarina Margheritta Tostes disse ser suspeita para avaliar o bloco porque "ama música clássica", “É muito diferente de tudo. Sem dúvida, é o [bloco] mais original."

 

Essa é a primeira apresentação do Feitiço do Villa, que teve aprovação unânime da plateia. Para a fonoaudióloga Graça Santana, a apresentação mostra que não há mais a separação entre popular e clássico. "Foi fantástico."


Edição: João Carlos Rodrigues