Saúde, educação e segurança estão entre as principais preocupações dos gaúchos

04/10/2010 - 21h19

Lisiane Wandscheer
Enviada Especial da Agência Brasil

Porto Alegre - Mesmo com a menor taxa de mortalidade infantil do país registrada em 2009 (12,7%), alguns segmentos da sociedade gaúcha ainda sofrem com a dificuldade de acesso aos serviços de saúde. O gari, José Augusto Pereira Simões, que trabalha desde os 12 anos e há um mês limpa as ruas no centro de Porto Alegre, conta que perdeu dois sobrinhos por falta de atendimento de médico. Segundo ele, os dois sobrinhos morreram ainda na barriga de suas irmãs e os médicos não explicaram a causa.

“O bebê começou a nascer. Nós chamamos a ambulância, mas como nossa casa fica longe de tudo, a ambulância demorou a chegar e ele morreu antes”, disse. Simões mora no município de Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre.

Quando perguntado sobre o que o novo governador poderia fazer para melhorar a sua vida, disse que a casa onde mora com os pais e os sete irmãos está caindo. “Eu trabalho para ajudar os meus pais, mas ganho pouco e nossa casa está caindo aos pedaços”, afirmou.

Dona Sônia Beatriz Pereira, de 57 anos, mora na zona sul de Porto Alegre. Ela também reclama do atendimento da saúde pública. Sônia é porteira e faxineira em um prédio no centro da capital. “Quando a gente precisa procurar um médico nos tratam muito mal”, disse.

O funcionário público aposentado, Osvaldo S. Machado, mora no centro de Porto Alegre, durante o dia aproveita para passear e conversar com os conhecidos. Para ele, a segurança das pessoas tem que ser priorizada. “Nosso principal problema aqui é a falta de segurança pública. Eu tenho 80 anos quando saio levo apenas minha carteira para andar de ônibus e meus documentos. Não levo mais dinheiro é muito perigoso”, afirmou.

Outro tema que também os gaúchos pedem mais atenção dos governantes é o da educação. Para Mirian Tolpolar, de 50 anos, a falta de valorização da educação é o principal problema do estado. Filha de pai e mãe professores estaduais, ela disse que, apesar de presenciar as dificuldades dos pais, optou pela mesma profissão, só não quis trabalhar para o estado. “Eu queria saber como o Tarso vai lidar com a educação. Ela é a base de tudo. Com mais educação teríamos mais segurança. No momento que houver mais valorização, diálogo respeitoso e melhores condições de trabalho a educação melhora”. Mirian Tolpolar é artista plástica e professora de litografia no Atelier Livre, do Centro Municipal de Cultura de Porto Alegre.

 

Edição: Aécio Amado