Dosagem de Lula na campanha de Dilma no segundo turno ainda está indefinida

04/10/2010 - 21h40

Luciana Lima e Carolina Pimentel
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – A utilização da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha petista no segundo turno ainda é uma incógnita dentro da coligação da candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff. Hoje (4), ao falar sobre o assunto, em entrevista coletiva, a candidata petista brincou: “O presidente Lula não é propriamente um remédio, embora ele tenha sido a solução para muita coisa nos últimos anos”, disse a candidata, ao ser perguntada sobre qual a dosagem certa das aparições de Lula na campanha do segundo turno.

“É claro que se ele quiser integrar a campanha será muito bem-vindo”, disse Dilma. Um dos coordenadores da campanha, o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), disse que o presidente Lula vai participar da campanha no segundo turno, mas que não há definição de como isso será feito. “A maneira como ele estará na campanha passa por uma decisão dele”, disse Cardozo.

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, disse que não há previsão de que Lula se licencie da Presidência da República para se engajar mais fortemente na campanha. “Ao que eu saiba, ele não está pensando em tirar férias”, disse.

Hoje, governadores eleitos no primeiro turno, que participaram da reunião do PT e de partidos aliados, defenderam que Dilma assuma maior protagonismo na campanha. O senador Renato Casagrande (PSB), eleito governador do Espírito Santo, disse que é hora dos dois candidatos, Dilma e José Serra, do PSDB, mostrarem quem realmente são para o eleitor. “É hora do diálogo direto. É importante falar com a Marina, mas é mais importante o diálogo direto com o eleitor”, disse.

Jaques Wagner (PT), governador reeleito da Bahia, defendeu a ideia de que Dilma já representa a sucessão do governo Lula. “Não há necessidade de usar mais a imagem do presidente Lula na campanha. Já ficou claro, no primeiro turno, que ela vai dar continuidade ao projeto do PT. A Dilma já é símbolo da continuidade do projeto de Lula.”

O governador da Bahia também enfatizou que a expectativa de vencer no primeiro turno provocou um sentimento de frustração na equipe, mas que é uma sensação que não faz sentido porque se trata de uma vitória. “O erro foi a criação da expectativa de vencer no primeiro turno”, avaliou.

Edição: Lana Cristina