Kelly Oliveira
Enviada Especial da Agência Brasil
Belo Horizonte - Moradores de rua de Belo Horizonte tiveram a oportunidade de conhecer melhor o processo eleitoral, durante palestra feita pelo diretor executivo da Escola Judiciária do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), juiz José do Carmo Veiga de Oliveira, no Centro de Referência da População de Rua, hoje (1ª).
Além de ouvirem as explicações e tirarem dúvidas com o juiz, os moradores de rua também simularam votação em duas urnas eletrônicas levada pelo TRE-MG ao local.
O juiz disse que essa foi a segunda visita ao Centro de Referência da População de Rua para explicar como os cidadãos devem votar. O encontro anterior ocorreu nas eleições de 2008.
Segundo Oliveira, a ideia é promover a inclusão social e política. “Essas pessoas também têm títulos de eleitor, também são cidadãs e, portanto, têm pleno direito de serem informadas. Não é só uma questão de terem o direito de ir às urnas, mas de serem reconhecidas e valorizadas como cidadãos brasileiros.”.
No local são atendidas cerca de 140 pessoas por dia, de acordo com o coordenador do Centro de Referência da População de Rua, Aluizio Guimarães. Lá, os moradores de rua podem participar de oficinas socioeducativas e culturais, tomar banho, lavar roupas e guardar documentos e outros pertences, além de receber orientação sobre documentação.
O serviço é oferecido por meio de parceria de uma organização não governamental com o governo municipal. “Hoje muitas pessoas estão tirando os títulos de eleitores que ficam [guardados] aqui para votar no domingo”, disse Guimarães.
O morador de rua Agilson Rodrigos, 47 anos, conta que aproveitou a palestra para tirar dúvidas. “É a primeira vez que vou votar.” Por sua vez, Virgílio Sales Cardoso, 53 anos, reclamou do voto obrigatório. “Eles obrigam a gente a votar. Se eu não votar, quando for requerer um benefício do governo, ele trava.”
Edição: João Carlos Rodrigues