Lula defende que países sul-americanos vejam uns aos outros como parceiros

30/07/2010 - 22h43

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (30), em Assunção, capital do Paraguai, que os países latino-americanos precisam ter uns aos outros como parceiros e não como inimigos. Durante visita às obras de terraplanagem da subestação de Villa Hayes da linha de transmissão de Itaipu, Lula disse que, se não fossem as divergências políticas, a obra já estaria pronta.

“A verdade é que tanto para o Brasil como para o Paraguai, Uruguai e a Argentina, nunca poderemos nos ver como adversários ou inimigos. Temos que nos ver como oportunidades de uns para os outros”, discursou Lula ao lado do presidente paraguaio, Fernando Lugo.

“O Brasil, pelo potencial do seu mercado, nunca pode ser visto como um prejuízo para o Paraguai mas, possivelmente, tem que ser visto como receptor das coisas produzidas no Paraguai, afinal de contas, são 190 milhões de habitantes”, completou Lula.

Lula disse ainda, usando como exemplo o Brasil e o Paraguai, que grande parte dos problemas entre os países sul-americanos está na zona de fronteira. Segundo ele, esses conflitos apenas serão resolvidos se houver parceira e investimentos nessas regiões.

“As fronteiras sempre serão problemas enquanto perdurar o subdesenvolvimento e a miséria. Espero que daqui a pouco teremos uma outra pessoa governando o Brasil e que ela tenham mais sorte, mais oportunidade e, quem sabe, até mais ousadia de transformar todos os focos de problemas na fronteira do Brasil com o Paraguai. Dizem que é caminho do narcotráfico, do contrabando, da febre aftosa, que a gente transforme em pontos de desenvolvimento, geração de emprego e renda”.

Lula lembrou ainda das críticas ao governo por concordar em elevar o valor pago pela energia excedente de Itaipu não usada pelo Paraguai. Para ele, as divergências fizeram com que os dois países atrasassem a construção da linha de transmissão em Assunção.

“Não foi uma tarefa fácil chegarmos até aqui. Poderíamos hoje estar inaugurando a linha de transmissão. Mas por conta de divergências e de desconfianças, só eu que vou terminar o meu mandato, perdi uns quatro anos do meu mandato, quando já poderíamos ter inaugurado essa linha de transmissão”, disse.

 

 

Edição: Aécio Amado