Nem a diplomacia escapa da rivalidade entre Brasil e Argentina no futebol

30/06/2010 - 21h39

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Bem-humorados e apaixonados por futebol, os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e da Argentina, Héctor Timerman, afirmaram hoje (3) que uma final da Copa do Mundo entre as duas seleções não ameaça o Mercosul. Mas a diplomacia não foi suficiente para evitar provocações. Timerman torce para que as duas seleções cheguem à final, mas disse que a maior satisfação, para os argentinos, será ganhar o título de campeão mundial na Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

“O mais importante é que Brasil e Argentina cheguem à final [da Copa no próximo dia 11]. Mas quero felicitar o Brasil, que em 2014 fará a Copa do Mundo. Isso porque não há nada mais importante para a Argentina do que ser campeã do mundo no Brasil”, provocou Timerman, que assumiu a chancelaria no último dia 22 e, pela primeira vez, visita o Brasil como ministro.

Acenando a cabeça em sinal de reprovação, Amorim não discordou diretamente do colega. “Uma coisa é certa: um país do Mercosul ganhará a Copa. Qual será? Certamente há outras opiniões”, disse, diplomaticamente, o chanceler brasileiro, numa referência ao fato de que, além de Brasil e Argentina, outros dois sócios do bloco sul-americano seguem na disputa: Paraguai e Uruguai.

Ao ser peguntado, em tom de brincadeira, se a disputa nos gramados sul-africanos poderia trazer alguma ameaça para a unidade do Mercosul, Amorim respondeu bem-humorado: “Isso é como dizer que uma final entre Santos e Internacional vai colocar em risco a unidade do país. Pode ter, sim, uns xingamentos.”

Na sexta-feira (2), o Brasil joga com a Holanda, valendo vaga nas quartas-de-final da Copa. No dia seguinte, será a vez da Argentina tentar passar para a próxima fase, no jogo contra a Alemanha. Verdadeiros confrontos entre o Mercosul e a União Europeia.

Edição: Vinicius Doria