Cariocas deixam a desconfiança de lado e vibram com a vitória brasileira

28/06/2010 - 20h16

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A vitória por 3 a 0 da seleção brasileira sobre o Chile reascendeu a confiança dos cariocas no time. A festa pela vitória se espalhou por vários bairros do Rio, principalmente nas ruas da Tijuca e de Vila Isabel, na zona norte, e na arena da Fifa, na Praia de Copacabana, onde torcedores se concentravam desde o início da manhã para garantir um lugar privilegiado próximo ao telão.

No Centro, o principal ponto de encontro foi novamente a Cinelândia, onde os bares e restaurantes instalaram aparelhos de TV e telões para permitir que os fregueses pudessem acompanhar a partida de qualquer ângulo. Ao final, ao som das já tradicionais vuvuzelas, os torcedores não pouparam elogios ao time, exceto para o jogador Kaká, que chegou a ser vaiado quando foi substituído, já no fim do segundo tempo.

“Adorei o jogo. Desta vez, sim. Confesso que antes estava meio desanimado, não estava muito confiante. Hoje jogou o que tinha de jogar. Só o Kaká está deixando muito a desejar, porque ele é um cara que arma todas as jogadas. Rendeu muito pouco perto do que joga”, analisou o porteiro Manoel Alfredo dos Santos.

O garçom José Pereira de Melo Sobrinho, que assistiu à partida enquanto se esforçava para servir os muitos fregueses que lotaram o restaurante onde trabalha, se mostrou satisfeito. “Houve evolução, perto do que eles jogaram na última partida. Agora dá para chegar na final, mas a Holanda vai ser mais difícil que o Chile. O Brasil tem que jogar mais”, avaliou o garçom, já pensando no adversário das quartas-de-final.

Do lado de fora dos restaurantes, um grupo de moradores de rua discutia entusiasmado os principais lances. “Eu gostei do jogo, mas o Robinho e o Kaká estão meio apagados, estão devendo. Contra a Holanda, eu espero que o Brasil jogue com consciência. Que mostre o futebol que o Brasil tem”, disse Márcio Rodrigues, que trabalha na coleta de lixo reciclável.

“Eu gostei, porque nós estamos jogando sem brincadeira. Então, temos que jogar sério, para termos um resultado sério. Senão, os outros é que vão brincar com a gente. Agora eu estou mais confiante no Dunga, porque ele não está nos decepcionando”, comemorou Marcelo Rodrigues de Freire, que trabalha como artesão nas ruas do Centro.

 

Edição: Vinicius Doria