Procurador diz que eleição não reduziu necessidade de intervenção no governo do DF

21/04/2010 - 19h46

Luana Lourenço*

Repórter da Agência Brasil

Brasília - O procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, disse hoje (21) que a eleição de um novo governador para o Distrito Federal não normalizou a situação institucional e não diminui a necessidade de intervenção federal na capital do país, que completa 50 anos hoje.

Autor do pedido de intervenção que será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Gurgel disse que o colégio eleitoral que elegeu Rogério Rosso no último sábado (17) não era legítimo, por ser formado, em sua maioria, por parlamentares também acusados de participar do esquema de corrupção comandado pelo ex-governador José Roberto Arruda, segundo as investigações da Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal.

“Tivemos um contrassenso e um paradoxo: o governador acabou afastado pelo envolvimento nesse esquema criminoso e os parlamentares, que estavam envolvidos nesse mesmo esquema, acabaram elegendo o novo governador”, disse após participar de cerimônia de comemoração dos 50 anos de transferência do STF para Brasília.

Gurgel afirmou que ainda não conversou com o novo presidente da Suprema Corte, ministro Cezar Peluso – que toma posse na próxima sexta-feira (23) – sobre a intervenção no DF, mas afirmou que “continua firme” na defesa da medida.

Também presente na cerimônia, o vice-presidente da República, José Alencar, disse ser contrário à intervenção por acreditar em uma solução interna para a crise institucional no DF. “Eu torço para que não precise da intervenção. Que eles deem um jeito. Tomem jeito e deem jeito”, afirmou.

 

 

*Colaborou Ricardo Araújo - Repórter do Radiojornalismo


Edição: Aécio Amado