Ipea mostra que faltará mão de obra qualificada no comércio e sobrará na indústria

10/03/2010 - 21h43





Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O setor de comércio e reparação, onde se concentram os serviços de manutenção em geral, será o mais carente de trabalhadores com mão de obra qualificada para ocupar as vagas de emprego neste ano.

De acordo com estimativa divulgada hoje (10) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Avançada (Ipea), em 2010, 187,5 mil vagas no setor de comércio e reparação não serão preenchidas por falta de profissionais capacitados.

São Paulo será o estado onde mais faltarão trabalhadores qualificados nesta área de atividade: 134,5 mil postos de trabalho excedentes ao número de empregados capacitados.

Segundo os cálculos do Ipea, outros três setores terão mais vagas que trabalhadores qualificados: educação, saúde e serviços sociais, onde sobrarão 50 mil vagas; alojamento e alimentação, que terá 45,1 mil vagas não preenchidas; e construção, com 38,4 mil postos ociosos por falta de qualificação.

O levantamento aponta, no entanto, que cinco setores terão menos vagas que o número de trabalhadores capacitados para preenchê-las. A indústria será o que deixará mais trabalhadores qualificados sem emprego: haverá escassez de 145,9 mil vagas. São Paulo será o estado onde mais faltarão vagas para trabalhadores qualificados no setor: 50,9 mil ficarão sem emprego.

Em relação a todo o país, depois da indústria, o setor agrícola é o que deixará mais pessoas capacitadas sem trabalho, 122,4 mil; seguido por administração pública, 46,8 mil. O setor outros serviços coletivos, sociais e pessoais terá escassez de 612,2 mil vagas.

“Como no Brasil, o grosso da ocupação é proveniente dos pequenos negócios, os pequenos negócios de maneira geral não estão preparados para contratar pessoas qualificadas”, explica o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.

Na somatória geral de todos os setores, em 2010, o país terá um contingente de 653 mil trabalhadores qualificados a mais que o número de vagas no mercado.

Para fazer o levantamento, o Ipea utilizou a estimativa do Ministério do Trabalho de que serão criados 2 milhões de empregos em 2010. Também foi considerada a previsão, do governo federal, de crescimento de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB).