ANTT: um em cada cinco ônibus interestaduais trafega com excesso de peso

30/12/2009 - 11h53

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Vintepor cento dos ônibus que trafegam nas estradas do país estãocom excesso de peso. A Agência Nacional de Transportes Terrestres(ANTT) chegou a essa constatação durante as fiscalizações de fim de anoque vem realizando desde o dia 4 deste mês. Segundo a agência, esse percentual indica que os ônibus estão sendoutilizados também para o transporte de cargas e de encomendas.“Fomossurpreendidos com o alto índice de ônibus que estão circulando comexcesso de peso. Enquanto esse tipo de problema atinge entre 3% e 4%dos caminhões, no caso dos ônibus chega a 20%, entre os que forampesados”, disse hoje (30) à Agência Brasil o gerente de Fiscalizaçãoda ANTT, Antônio Ricardo de Jesus. “Isso provavelmente se deve àscargas e encomendas que são colocadas nos ônibus”, acrescentou. Segundoele, como esse tipo de prática não vinha sendo fiscalizada, o controleacabou ficando inadequado. “Essa fiscalização que estamos realizandotem caráter educativo, para evitar riscos aos passageiros. Mas, a partir do ano que vem, começaremos a aplicar multas”, afirmou. AntônioRicardo explicou que o transporte de cargas ou encomendas não é ilegal, desde que respeite os limites de peso estabelecidos pelo Código de Trânsito Brasileiro. “Esse percentual nos levará a adotarnovas medidas, como passar a utilizar as balanças das estradas parapesar também os ônibus”. Atualmente existem cerca de 230 balanças emtoda a malha rodoviária do país. Desde o dia 4, a ANTT vemrealizando uma série de fiscalizações em rodovias, garagens deempresas, terminais rodoviários e veículos. “Tivemos a ajuda daPolícia Rodoviária Federal para fazer uma frente contra os ônibusclandestinos. Para evitar a utilização de ônibus extras sem condições de trafegar, visitamos várias garagens das empresas e tambémterminais”, explicou o gerente da ANTT, que também atuou em guichêspara checar se as informações aos passageiros estavam sendo prestadascorretamente e se as tarifas e seguros estavam de acordo com oprevisto na legislação. “Nesse aspecto, tudo está dentro donormal, com poucos casos de irregularidades. Até porque as visitas quefizemos às garagens acabaram alertando as empresas sobre aintensificação das fiscalizações nas estradas e nos terminais”. SegundoAntônio Ricardo, o percentual de ônibus que apresentam irregularidadesdesse tipo é de cerca de 2%. Os caminhões também têm sido alvodos fiscais da ANTT. “Além de verificarmos o peso dos transportes decargas, estamos checando se o transporte de produtos perigosos estáadequado e, claro, as documentações, como o Registro Nacional doTransportador de Carga e o Registro Internacional, no caso dosveículos que estão enviando cargas para outros países”.