Governo envia amanhã mais um avião da FAB ao Suriname para buscar brasileiros

29/12/2009 - 18h04

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governodo Brasil envia amanhã (30) um segundo avião da Força AéreaBrasileira (FAB) para Paramaribo (capital do Suriname) para buscarbrasileiros feridos e outros interessados em deixar o país vizinho.Também seguirão para lá uma funcionária da Secretaria Especial deAtenção à Mulher, para dar assistência às brasileiras vítimasde violência, e uma diplomata especializada em temas consulares. Há seisdias, brasileiros que vivem no Suriname sofreram uma ataque, quedeixou 25 feridos. Também há denúncias de que algumas pessoasestão desaparecidas. O ministrointerino de Relações Exteriores, Antônio Patriota, afastou hoje(29) a possibilidade de novos ataques contra brasileiros na região.Segundo ele, o governo surinamês intensificou a segurança egarantiu que o ataque na véspera de Natal foi um “ato isolado”.Patriotadisse que 17 brasileiros que estão no Suriname demonstraraminteresse em retornar ao Brasil no voo que sairá amanhã de Belém(Pará) para buscá-los. O horário de partida da aeronave serádefinido até a manhã desta quarta-feira (30).Na relaçãodos brasileiros que deixarão o Suriname estão os cinco feridos queainda estão hospitalizados – inclusive um homem com risco deamputação de um dos braços em decorrência de cortes provocadospor facão e outro que está com ferimentos graves na mandíbula.O ministroconfirmou ainda que de 10 a 20 mulheres – entre brasileiras eestrangeiras – foram vítimas de estupro na noite do último dia 24, quando quilombolas surinameses, chamados de “marrons”,atacaram cerca de 200 brasileiros e chineses que viviam na região deAlbina, a 150 quilômetros de Paramaribo.O padreJosé Virgílio da Silva, que dirige a rádio Katólica e deuassistência aos brasileiros vítimas do ataque, afirmou que há pelomenos sete desaparecidos – inclusive brasileiros. De acordo comrelatos de brasileiros que moram no Suriname, quilombolas surinamesesteriam matado e jogado os corpos das vítimas nos rios e matas daregião.Patriotanão rebateu as informações, mas optou pela cautela. “Não estouafirmando que não haja desaparecidos. Estamos observando asinformações com cautela. Até o momento, não houve comprovação[sobre os desaparecidos]”.O ministrointerino reiterou o que o embaixador do Brasil em Paramaribo, JoséLuiz Machado e Costa, havia dito à Agência Brasil sobre oesforço do governo para documentar os cerca de 15 mil brasileirosque vivem no Suriname. Segundo Patriota, há cinco anúncios diáriosnas rádios locais chamando os brasileiros para fazer ocadastramento.De acordocom as autoridades brasileiras, a maioria dos brasileiros que vive noSuriname é ilegal. Há informações de que, além da área degarimpo, eles também estejam envolvidos com prostituição e tráficode drogas. Apesar disso, Patriota negou que haja resistências dapopulação e do governo surinameses aos brasileiros.“O quenos foi dito [pelas autoridades surinamesas] é que acomunidade brasileira é muito bem vista e que há uma predisposiçãopositiva”, afirmou Patriota. Segundo ele, há um conselho decidadãos, formado por 16 brasileiros voluntários, que funciona deforma intensa no Suriname.