CNI descarta risco de pressões inflacionárias no momento

26/12/2009 - 13h35

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O crescimentogradual da capacidade instalada da indústria é um dos indicadoresque permitem à Confederação Nacional da Indústria (CNI) não termaiores preocupações com o cenário inflacionário, principalmentequando se trata de preços industriais.

Segundoo economista da entidade Marcelo de Avila, até o momento osdados não mostram nenhum risco de inflação mesmo com o crescimentoda demanda, a oferta de crédito e os incentivos do governo, quereduziu impostos para diversos setores, como automotivo e linhabranca (geladeiras e máquinas de lavar por exemplo).

Deacordo com o último boletim de investimentos na indústria divulgadopela CNI, apenas 46,3% das empresas realizaramos investimentos como planejado. Outros 49,8% não desenvolveram seusplanos de investimento para 2009 como esperavam. As incertezaseconômicas e à necessidade de reavaliação da demanda devido àcrise econômica foram os principais motivos.

Alémde não existir risco de inflação pois a produção ainda nãoatingiu o limite, tanto é que os dados mostram que o empresário nãoinvestiu para reduzir parte da ociosidade do parque industrial.

“Seele tem cinco máquinas e duas apenas estão funcionando, ele pensa oseguinte: Se houver um aumento de demanda só precisa eu ligar outramáquina e não tem necessidade de qualquer investimento”, disse.

Elelembra que quando a demanda começar a crescer, as máquinasrestantes voltarão a ser ligadas. Mas só entre a quarta e quintamáquina, no caso do exemplo acima, próximo do limite, o empresárioestará começando a chegar no seu teto da capacidade total deprodução e aí sim será incentivado a começar a fazer osinvestimentos.

Marcelode Avila lembra, porém, que os investimentos já se mostrampresentes, não só no terceiro trimestre que foi de 6,5% na formaçãobruta de capital fixo mas também, se forem analisados os dados domês de outubro da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) que registroucrescimento de quase 6% na produção de bens de capital.

“Aumentoua confiança do empresário, você vê o aumento de confiança doconsumidor. O emprego está revigorando, está crescendo. Pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged),o emprego está ultrapassando as previsões mais otimistas, quediziam que seria 1 milhão de postos de trabalho e já está em 1,4milhão”.

Avila,que também faz análise da atividade econômica para a CNI, acreditaque o problema maior em consequência da crise tenha ocorrido emmaior intensidade na indústria e o comércio e os serviços em geralmal foram impactado pela crise internacional.

Eleexplicou que, na verdade, muito da crise não foi pela renda, mas simpela falta de crédito, tanto para as pessoas físicas, quanto paraas pessoas jurídicas. Segundo ele, houve uma queda muito forte docrédito.

“Omistério é para a pessoa jurídica o crédito ainda não retornou.Ainda está ruim e ainda está caindo. Então, está tendo umadiferenciação aí de crédito. O crédito para as pessoas físicasestá indo muito bem, mas para pessoa jurídica, isso uma preocupaçãosim”, disse.