Stephanes defende autossuficiência na produção de trigo

25/12/2009 - 15h22

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disseque o governo precisa decidir, no início do próximoano, se o Brasil deve ou não ser autossuficiente na produçãode trigo. Para ele, a autossuficiência é uma questãoestratégica e uma forma de equilíbrio para muitosprodutores, principalmente os de milho e soja, maiores lavouras dopaís, que cultivam trigo em suas terras no inverno.  “Issomantém um equilíbrio para continuarem produzindo etambém mantém empregos, evitando aquele problema devárias regiões do Brasil, que  empregam na safra edesempregam na entressafra, e mantendo a economia de milhares demunicípios”, afirmou à Agência Brasil. Paraincentivar o aumento da produção, que em 2009 foi de 5milhões de toneladas, o ministro disseque é preciso adotar uma política de médio elongo prazos. O consumo anual de trigo no país é deaproximadamente 10,5 milhões de toneladas, o dobro do que é produzido. “Temos que evitar a importação de trigoque vem subsidiado dos Estados Unidos e do Canadá, em momentosprévios à nossa safra porque, aí, os moinhosestocam e pressionam os preços para baixo”, afirmou.Alémdisso, Stephanes disse que é preciso definir melhor o acordode importação da Argentina, para evitar que o trigo delá chegue ao Brasil na época da colheita. Por estardentro do Mercosul, o trigo argentino não é taxadoquando entra no Brasil. O cereal de outros países fora dobloco de integração econômica, como EstadosUnidos e Canadá, entra no país com taxa de 10%, referente à Tarifa Externa Comum (TEC).OMinistério da Agricultura, entretanto, já levou umaproposta de aumento da TEC para 35% à Câmara de ComércioExterior (Camex), que está analisando os impactos que a medidapode ter no preço final do pão, que acaba interferindona inflação. De acordo com Stephanes, se o Brasil se decidir pela autossuficiência, no próximo plano safra aparecerãonovidades para incentivar a produção de trigo, comoa redução nos juros dos financiamentos para a atividade.