Economista diz que aumento do mínimo é sempre positivo

23/12/2009 - 11h23

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oefeito do aumento do salário mínimo é sempre positivo na economia,porque aumenta o poder de compra das famílias maispobres. A opinião é do presidente do Conselho Regional deEconomia do Distrito Federal,  José Luiz Pagnussat.Ele lembrou que a elevação domínimo de R$ 465 para R$ 510 significa que um grupo de trabalharespassará a comprar mais e, comprando mais, a demanda aumentará,provocando o aumento da produção e consequentemente as vagas nomercado do trabalho.SegundoPagnussat, o efeito será imediato na economia pois, diante da crise,aumentar a renda das famílias mais pobres, com transferência derenda e com o salário mínimo é melhor do que outro tipode gasto, até mesmo de investimentos. “Quandovocê está em crescimento normal da economia, próximo do queseria a capacidade máxima de produção do país, é importante queo gasto seja na forma de investimento e não em transferência derenda ou de aumento do salário mínimo”, disse..Pagnussat concorda que o outro lado da história é que, quem pagasalário mínimo ou tem boa parcela dos seus empregados vinculados ávariação do salário mínimo, como as prefeituras, terámais dificuldade. “APrevidência [o setor que tem] o maior impacto. Mas a solução é ogoverno buscar recursos para cobrir o deficit dcomo se tem feito naúltima década e meia com certa eficiência”, afirmou.Eleindica que o mínimo não é o problema já que, ao se se observar odeficit do setor, apesar do aumento real do salário mínimo queocorreu nos últimos anos, há uma relativa estabilidade. “Então,é verdade vai aumentar o déficit na previdência , mas o efeito naeconomia é bastante positivo”.Segundoo Departamento Instersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), estima-se que 46,1 milhões de pessoas têm rendimentoreferenciado no salário mínimo. Com a mudança de R$ 465 para R$510, o incremento na economia será de R$ 26,6 bilhões. Para aarrecadação de impostos, a elevação será de R$ 7,7 sobre oconsumo.Osdados do Dieese também mostram que nosetor público, o número de trabalhadores que ganha até um saláriomínimo é pequeno em nível federal e estadual, mas nos municípios aparticipação é expressiva, principalmente no Nordeste. No relatório, o Dieese informa que o peso relativo damassa de benefícios equivalentes a 1 salário mínimo é de 46,22%e envolve 69,0% do total de beneficiários."O impacto de um aumentode R$ 1,00 no salário mínimo sobre a folha de benefícios daPrevidência pode ser estimado em R$ 241,1 milhões ao ano. Assim, oimpacto do aumento para R$ 510,00 (variação de R$ 45,00)significará custo adicional ao ano de cerca de R$10,85 bilhões", informa o documento.