Lula e Dilma defendem continuidade política para o país não ter retrocesso

22/12/2009 - 17h56

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a chefe da Casa Civil,ministra Dilma Rousseff, defenderam hoje (22) a continuidade domodelo político e administrativo como forma de garantir que o paísnão tenha retrocesso. Lula e Dilma falaram durante a inauguraçãode obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nacomunidade de Manguinhos, zona norte do Rio. Dilma disse queo país está em um momento excepcional e que é preciso manter acontinuidade. “Eu tenho certeza de que nenhum de nós vai deixartudo o que conquistamos e voltar atrás”, afirmou a ministra,diante de plateia formada por beneficiários de apartamentosentregues hoje.Após o evento, em conversa com osjornalistas, Lula apoiou a posição da ministra, apontada comopré-candidata do PT à Presidência da República. "Eu acho queé a sabedoria de alguém que sabe que o Brasil não pode terretrocesso. O grande problema do Brasil é que um prefeito, umgovernador, um presidente começava uma obra, o outro vinha e parava,começava outra obra, e assim sucessivamente. Ano após ano, décadaapós década, a gente não tinha uma obra concluída”, disse opresidente.“Começamos um processo na construção deparcerias com estados e municípios que tem um conjunto de obras,desde R$ 5 milhões, como saneamento básico, até obras gigantescas,como o polo petroquímico do Rio de Janeiro, de bilhões de dólares,que tem que ter continuidade, porque, se elas pararem, será umretrocesso e um atraso para o país. A Dilma quis falar isso, asobras não podem parar, o país não pode parar”, defendeu opresidente.Lula negou que a inauguração de obras e arecente troca de declarações com o governador de São Paulo, JoséSerra, sobre o quadro político, signifiquem que o país já estariavivendo um clima eleitoral. “O que eu não posso é deixar deinaugurar as coisas que nós construímos em parceria. Eu só esperoque o Serra não esteja inaugurando uma obra que tem parceria com ogoverno federal e não tenha me chamado. A única coisa que eu peçoé que, se tiver parceria, me convide que eu vou lá, com o maiorcarinho”, afirmou, bem-humorado, o presidente.A ministradesconversou, quando perguntada se já tinha escolhido um nome paravice-presidente em sua chapa, caso se confirme sua candidatura. Ontem(21), durante entrevista no Rio, Lula disse que a escolha cabe àministra. “Esse processo de escolha de vice só pode ocorrer quandoeu – se for eu a pré-candidata – for escolhida comopré-candidata depois de fevereiro. Até lá, essa pergunta tem queser respondida pelo presidente do PT, tanto o que está saindo[deputado Ricardo Berzoini] quanto o que está entrando [JoséEduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras], porque até lá eunão tenho como negociar.”. Lula e Dilma inauguraram emManguinhos um conjunto habitacional com 416 apartamentos parafamílias que foram realocadas com as obras do PAC. Tambémparticiparam da solenidade o governador Sérgio Cabral, o prefeito doRio, Eduardo Paes, e os ministros da Igualdade Racial, Edson Santos,e das Cidades, Márcio Fortes. O investimento foi de R$ 53,2milhões. Os prédios de quatro andares vão abrigar cerca de 2 milpessoas. No local foram inaugurados centros de geração de renda, deapoio jurídico e de referência da juventude, com investimentos deR$ 14,7 milhões. Também foi construída uma biblioteca com salasclimatizadas e informatizadas, ao valor de R$ 4,9 milhões, quereceberá mais R$ 3,7 milhões para compra de equipamentos, mobíliae acervo, em verbas do Ministério da Cultura e do governo do estado.Os moradores do conjunto habitacional ganharam ainda uma redegratuita de internet sem fio. No total, segundo dados doMinistério das Cidades, estão sendo investidos R$ 368 milhões emobras do PAC em Manguinhos. Em todo o estado do Rio, são R$ 6,2bilhões em saneamento e habitação.