Juros e emissão de títulos elevam dívida pública em 1,32% em novembro

22/12/2009 - 15h35

Welton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As emissões de títulos e o reconhecimento de obrigação com  juros fizeram a Dívida Pública Federal (DPF) subir em novembro. Segundo números divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, a DPF aumentou 1,32%, passando de R$ 1,472 trilhões em outubro para R$ 1,491 trilhões no último mês.A dívida pública (mobiliária)  interna encerrou novembro emR$ 1,389 trilhão, com alta de 1,39% no mês. De acordo com o Tesouro,esse resultado se deve ao fato de que o governo federal emitiu R$ 7,92bilhões a mais de títulos do que resgatou, além de reconhecer juros nototal de R$ 11,13 bilhões.Depois de vários meses em queda, a dívida pública externa ficou praticamente estável no último mês, fechando novembro em R$ 101,98 bilhões, contra R$ 101,62 bilhões em outubro.Em termos percentuais, a alta foi de 0,36%. Segundo o Tesouro, a altade 0,37% do dólar no último mês interrompeu a trajetória de queda.No final de outubro,o governo passou a cobrar Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)sobre o capital estrangeiro que entra no Brasil para comprar títulos einvestir na bolsa. Em entrevista ontem (21) à Agência Brasil e à TVBrasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a medida foiessencial para conter a queda do dólar.Em relação à composiçãoda dívida mobiliária interna, a participação dos títulos prefixados,que têm os juros definidos com antecedência, subiu de 31,23% em outubro para 32,47% em novembro.A fatia dos papéis corrigidos pela taxa Selic (que mede os jurosbásicos da economia) teve ligeira queda, passando de 37,66% para 37,39%.Aproporção dos títulos atrelados a índices de inflação caiu de 29,16%para 28,21%, e o percentual da dívida interna corrigida pelo câmbiopassou de 0,72% em outubro para 0,71% em novembro, praticamente sem alteração.Oaumento da participação dos prefixados é desejável para o TesouroNacional porque facilita a administração da dívida pública, à medidaque o governo sabe exatamente quanto teráde pagar para resgatar os papéis. Os títulos vinculados à Selicoferecem risco maior porque a dívida pública aumenta com os reajustesna taxa básica de juros.Atualmente, a Selic está em 8,75% aoano, mas pesquisa com analistas de mercado divulgada ontem pelo BancoCentral prevê que a taxa encerrará 2010 em 10,75% ao ano.O prazo médio da DPF caiu de 3,59 anos em outubro parta 3,54 anos em novembro.Esse é o tempo que o Tesouro Nacional leva para renovar completamente adívida pública. Prazos mais longos são desejáveis para o governo. Desdeo início do ano, o Tesouro divulga o prazo médio em anos, em vez demeses.