Governo paulista aguarda laudo para confirmar se causa da morte de menino foi leptospirose

21/12/2009 - 13h32

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo aguarda o resultado dosexames definitivos para comprovar se o menino de 6 anos, Isaac deSousa Lima, que morreu ontem (20), tinha leptospirose. Ele residia no Jardim Pantanal, zona leste da capital, que há duas semanas está alagada em decorrência da  chuva que atingiu a cidade. Oexame está sendo realizado pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO)do município. Os médicos acompanham mais dez moradores com sintomas da doença.De acordo com informações dasecretaria, desde o dia 8 as áreas afetadas pela inundaçãoestão sendo visitadas por cerca de 200 profissionais de saúde paraorientar os moradores sobre os perigos de entrar em contato com as águas contaminadas.Os agentes também tentam identificar as pessoas com sintomas de doençascausadas pela enchente. Aquelas que apresentam algum sinal sãoencaminhadas para uma das quatro unidades de Assistência MédicaAmbulatorial (AMA) ou para um das três Unidades Básicas de Saúde (UBS)existentes nas proximidades do bairro. Segundo o infectologista do Hospital Emílio Ribas, Caio Rosenthal, a recomendaçãoé para que as pessoas evitem pisar na água contaminada. A leptospirose é transmitida pela urina do rato e do cão e penetra no organismo por pequenas feridas na pele. “As espiroquetas daleptospira caem na corrente sanguínea do homem provocando a doença. Elaé grave quando atinge ao mesmo tempo o pulmão, o rim e o fígado. Nesse caso,o paciente precisa de internação e pode morrer com quadro deinfecção”.Os principais sintomas para os quadros menos gravessão febre, dor no corpo, na cabeça, falta de vontade de fazer ascoisas. Nos casos mais graves o doente apresenta os olhos amarelados,para de urinar, pode ter meningiteou  pneumonia. “Não há o que fazer caso se pise nas águas contaminadas.Tem que se observar. O período de incubação costuma levar de três asete dias a partir do dia em que a pessoa foi infectada”. O tratamentoé feito com penicilina cristalina aplicada no paciente internado assimque se suspeita do diagnóstico. De acordo com o médico, o verãomerece mais atenção devido ao aumento das chuvas e dosalagamentos, agravado pelo fato de que a cidade de São Paulo tem muitosratos e cães, o que aumenta a incidência da doença nessa época.Aprefeitura informou que sete famílias da área foram removidas doslocais inundados para apartamentos da Companhia de DesenvolvimentoUrbano (CDHU), em Itaquaquecetuba. Ao longo da semana mais 33 devemser levadas para o mesmo local e para outras áreas da zona leste. Aprefeitura e o governo estadual montaram barracas para a distribuiçãode cestas básicas, hipoclorito de sódio (água sanitária, usada para desinfetar alimentos e ambientes) e outros itens de necessidadebásica para os moradores atingidos. Foram deslocados para a região 1,8mil agentes para dar assistência aos moradores.